Summary The Rosicrucian Alchemy is essentially spiritual, although some Rosicrucians have dedicated themselves to the Practice of the Art. This lecture makes an approach to the book Themis Aurea (1618), by the Count Michael Maier, where we can find important informations on the “Verum Inventum”. Maier makes the firm statement that the Brothers of R.C. actually exist to advance inspired Arts and Sciences, including Alchemy. He was a scholar very prized by Rudolph II, Emperor and King of Hungary, and King of Bohemia, who was an amateur alchemist, too. Maier was also a practical
chemist and associated with many researches in this field. Emperor Rudolph II
ennobled Maier with the title Pfalzgraf (Count Palatine), and appointed him
Private Secretary to His Royal Person.
Max Heindel, Freemasonry and Catholicism, 1919 Em 1614, 1615 e 1616 foram publicados na
Alemanha, por esta ordem, três tratados ou manifestos que desencadearam o
movimento Rosacruciano — ou o Iluminismo Rosacruz, como também tem sido chamado:
Fama Fraternitatis («Ecos da Fraternidade, ou da Confraria»),
Confessio Fraternitatis («Confissão da Fraternidade») e Chymische
Hochzeit Christiani Rosencreuz Anno 1459
(«Núpcias Químicas de Christian Rosenkreuz no ano de 1459»). Publicados anonimamente na
Alemanha, os dois primeiros em Kassel e o último em Estrasburgo, a sua autoria
tem sido atribuida a Johann Valentin Andreae (1586-1654), pastor protestante
originário da Suábia e influente figura da ortodoxia luterana dos princípios do
século xvii, e um dos homems mais
sábios do seu tempo. No frontispício do primeiro
lê-se a seguinte dedicatória: «Nós, Irmãos da Fraternidade da Rosacruz,
oferecemos a nossa saudação, o nosso amor e as nossas orações a todos os que
lerem a nossa Fama com inspiração cristã». Nele se conta a história do
Fr. R. C. — Frater Rosencreuz[1],
ou Irmão Rosacruz —, um «homem iluminado» que viajou por muitos países, incluso
no Oriente, onde aprendeu a Magia e a Cabala com os Mestres. Ao regressar à
Alemanha decidiu empreender a reforma que haveria de corrigir as imperfeições do
mundo, e fundou a misteriosa Ordem Rosacruz juntamente com alguns outros
Irmãos. O segundo, Confessio, é
um breviário em catorze capítulos contendo «a mais Secreta Filosofia»; completa
o anterior e de certa maneira vem justificá-lo, defendendo-o das vozes e
acusações de que os misteriosos Irmãos da Rosacruz já começavam a ser alvo, pois
não faltava quem os suspeitasse «de heresia, de ardis e de culposas maquinações
contra a autoridade civil» (cap. I). Aqui se esclarece que Christian Rosenkreuz
nasceu em 1378 e viveu 106 anos (cap. VI), e que as suas investigações e
pesquisas «suplantam tudo o que, desde os primeiros dias do mundo, a
inteligência humana inventou, produziu, melhorou, propagou e perpetuou até à
época actual, tanto por intermédio da revelação e da iluminação divinas quanto
graças aos ofícios dos anjos e dos espíritos» (cap. IV); já o papa, em
contrapartida, é considerado, pelo luterano autor do texto, um «sedutor romano
que transborda de blasfémias contra Deus e contra o Cristo» (cap. XI). Finalmente o terceiro,
Núpcias Químicas, é um fantástico romance alegórico, dividido em sete
Dias, ou sete Jornadas, tal como o Génesis, e conta o modo como Christian Rosenkreuz foi convidado a ir a um maravilhoso
castelo, ou palácio, repleto de prodígios para assistir ao Casamento Alquímico
do rei e da rainha, ou melhor, do Noivo e da Noiva,
interessando-nos este terceiro livro, particularmente, pelas óbvias conotações
herméticas que comporta. Estes três manifestos obtiveram
um sucesso considerável e deram origem a inúmeras controvérsias e a imensas
obras de inspiração rosacruciana, de que se destacam autores tão marcantes como
Michael Maier na Alemanha ou Robert Fludd e Elias Ashmole na Inglaterra, além de
Theophilus Schweighardt, Gotthardus Arthusius, Julius Sperber, Henricus
Madathanus, Gabriel Naudé, Thomas Vaughan, etc. Sobre o primeiro destes autores
atrás citados, Michael Maier, me irei deter um pouco mais, chamando entretanto a
atenção para a importância de certos precursores, como o misterioso filósofo e
alquimista isabelino John Dee, autor da não menos misteriosa Monas
Hieroglyphica (1564), que influenciou o conceituado filósofo hermético
Heinrich Khunrath, de Hamburgo, autor do Amphitheatrum Sapientiae
Aeternae (1609), que por sua vez terá influenciado, e não pouco, o primeiro
manifesto rosacrucisno, a Fama Fraternitatis. A filosofia alquímica está
sempre presente em todos estes autores; com efeito, o surto rosacruciano deu-se
em plena florescência hermética do Renascimento e do Barroco, portanto não é de
surpreender o pendor alquímico das principais obras rosacrucianas; ou melhor:
uma das mais elevadas aspirações dos Irmãos da Rosacruz seria o renovo da Arte
alquímica, já então degradada pelos «assopradores», como claramente se diz num
dos parágrafos iniciais da Fama, em referência à «época feliz em que
vivemos» (início do século xvii):
«Deus […] favoreceu o nascimento de espíritos altamente esclarecidos que
tiveram por missão restabelecer nos seus direitos a Arte, em parte maculada e
imperfeita». Este permanente renovo da «Arte»
(alquímica, entenda-se), e o seu desenvolvimento, sobretudo espiritual e
simbólico, foram uma constante dentro do Rosacrucianismo, desde então até aos
nossos dias. O próprio Isaac Newton
(1642-1727), um dos maiores génios da matemática, não foi insensível ao fascínio
da Alquimia, como é sabido; além de possuir exemplares dos mais notórios
tratados alquímicos, tanto do seu tempo como anteriores, que hoje fazem parte do
espólio existente na Biblioteca da Universidade de Yale, deu-se ao trabalho de
fazer muitas cópias manuscritas de obras alquimistas. Uma dessas obras, que ele
possuía na sua colecção, era precisamente a Themis Aurea de Michael
Maier, à qual faz referências e tece comentários numa das suas muitas notas
manuscritas sobre a filosofia hermética, conservadas na dita Biblioteca. Michael
Maier (1568-1622), um dos grandes eruditos da sua época, nasceu em Rindsberg,
Holstein, e foi doutor em medicina, filósofo e alquimista. Embora nunca tivesse
afirmado pertencer à misteriosa Fraternidade Rosacruciana, foi um dos seus mais
acérrimos apologetas, possuindo informações sobre os Irmãos da Rosacruz —
claramente transmitidas nos seus livros — que deixam supor um conhecimento
directo do «círculo interno» da Ordem. Viveu alguns anos em Praga, onde foi
médico do imperador Rudolfo II que lhe concedeu o título nobiliárquico de
Pfalzgraf — Conde palatino — e o nomeou Secretário Privado Real. Os
estudiosos de Maier, após exame atento dos seus escritos, observam que ele nunca
afirmou objectivamente ter fabricado ouro; tão-pouco o afirmaram, de si
próprios, Heinrich Khunrath e outros Rosacrucianos. Os tratados destes autores
apontam para uma Alquimia altamente simbólica e espiritual, sem dúvida, mais do
que para uma Espagíria operativa. Neles detectamos, velada ou desveladamente,
quer os nove estágios da transmutação involutiva-evolutiva do tríplice corpo do
ser humano, da tríplice alma e do tríplice espírito, quer os nove passos ou nove
graus da Iniciação dos Mistérios menores da Escola de Mistérios Rosacruzes,
equipolentes aos nove passos fulcrais do ministério de três anos de
Cristo Jesus na Terra: 1. Baptismo; 2. Tentação; 3.
Transfiguração; 4. Última Ceia e Lavapés; 5. Agonia no Horto; 6. Flagelação e
Coroa de Espinhos; 7. Crucificação e Estigmas; 8. Morte e Ressurreição; 9.
Ascensão. A principal obra alquímica de
Maier é o famoso tratado Atalanta Fugiens, hoc est Emblemata Nova de Secretis
Naturae Chymica (1617), que é … um livro de emblemas e notáveis gravuras, com comentários filosóficos. Atalanta[2], logo no frontispício, é submetida à tentação de abandonar a corrida em busca da verdade espiritual, moral e científica, dando uma lição de perseverança e de pureza de intenções ao alquimista espiritual. Maier ensina subtilmente uma filosofia mística, religiosa e alquímica, por meio dos símbolos e dos emblemas do seu livro, cada um dos quais apresenta um modo de expressão poético, pictórico e musical (Frances A. Yates, The Rosicrucian Enlightenment, Londres 1972). Nesse livro se desvenda o significado
de vários mitos da Antiguidade clássica, mitos esses que, segundo Maier e outros
alquimistas rosacrucianos, teriam um fundo químico oculto: por exemplo, o
conhecido enigma de Édipo — qual é o animal com quatro pernas de manhã, duas ao
meio-dia e três ao fim da tarde, e uma só voz —, não tem como resposta «o
homem», mas sim a «pedra filosofal». Numa das gravuras da Atatlanta
Fugiens vê-se em primeiro plano um grupo de três seres: um bebé gatinhando
com um rectângulo na testa, ou seja, o princípio da força quadrática fundamental
da «pedra» (nigredo), um adulto com uma meia-lua, também na testa, formada por
duas linhas com duas pontas, figurando a pedra lunar branca (albedo), e um velho
encurvado com um triângulo na testa e apoiando-se a uma bengala — o triângulo do
corpo-alma-espírito, ou seja, a pedra filosofal solar, dotada do poder de tingir
e curar (rubedo). Fundamentalmente, tal como já
enunciava Paracelso, os hermetistas rosacrucianos defendiam a tese de que a
Alquimia, mais do que tentar a transmutação dos metais, deveria antes contribuir
para a erradicação das doenças e a mitigação das dores físicas (panaceia
universal). Synesius, um alquimista bizantino do século iv, foi um verdadeiro precursor: já
definia a Alquimia como uma operação mental, independente da ciência da matéria,
cujo objectivo deveria ser a transmutação espiritual e a salvação do ser humano,
afirmando, em consequência, que a constituição do elixir (xêrion,
«o pó») é menos importante do que as incantações que acompanham a sua produção.
Esta teoria deu origem a uma nova escola que minimizou a pesquisa experimental,
passando a buscar, no interior do ser humano, os segredos e os fins últimos da
filosofia alquímica. Assim, o Fogo alquímico, ou
melhor, o Fogo Solar, sendo um princípio cósmico e um elemento básico da
Criação, é na verdade um princípio espiritual, e portanto um dos
princípios herméticos fundamentais do Rosacrucianismo. O teósofo e investigador
Franz Hartmann (1838-1912) define o Fogo alquímico rosacruciano da seguinte
maneira: O Fogo é uma actividade interna cujas manifestações externas são calor e luz. Esta actividade difere em carácter consoante o plano em que se manifesta. No plano espiritual representa o Amor ou o Ódio; no plano astral, o Desejo e a Paixão; no plano físico, a Combustão. O Fogo é o elemento purificador, que no limite se identifica com a essência da Vida. É porém no livro Themis
Aurea, hoc est de legibus Fraternitatis R. C., publicado em Frankfurt, em
latim, em 1618[3] — apenas dois
anos após a publicação das Núpcias Químicas de Christian Rosenkreuz — que
Michael Maier investiga sobretudo as grandes leis[4] que regem a transmutação espiritual,
enunciadas sob a forma de seis sinais de adesão, ou «compromissos», a que
se obrigavam as Irmãos da Rosacruz. «Antes de mais nada — observa Maier na
Themis — é mais do que razoável supor que qualquer sociedade, para ser
boa, deverá ser governada por leis boas […] Por outro lado, é
importante que alguma coisa se diga acerca do seu número, seis, que muito de
perfeição contém em si» (Cap. II). Com efeito, o número seis associa-se de
imediato ao hexahemeron bíblico, os seis dias da criação, o número
mediador entre o Princípio e a sua Manifestação, além de
simbolizar, em quanto hexagrama, a misteriosa síntese do fogo [∆] e da água
[Ñ]. Estes
dois triângulos, entrecruzados, formam o conhecido signo — ou selo — de Salomão,
uma estrela de seis pontas que inclui, além do fogo e da água, o ar (triângulo
do fogo ∆ truncado pela base do triângulo da água), e a terra (triângulo da água
Ñ truncado pela base do triângulo do fogo). O todo é uma verdadeira suma do
pensamento hermético, representando o conjunto dos elementos do Universo. Maier reproduz textualmente
aquelas seis leis, tal como vêm listadas no primeiro manifesto Rosacruz de 1614,
a Fama Fraternitatis: 1. Curar os doentes ou cuidar
deles gratuitamente; 2. Não usar hábito próprio à Fraternidade, mas sim e apenas
os trajes locais; 3. Apresentar-se todos os anos no dia C. na morada do
Sanctus Spiritus, ou comunicar o motivo da ausência; 4. Designar um digno
sucessor em previsão de morte; 5. As letras R. C. serão o seu selo, insígnia e
sigla; 6. A Fraternidade deve permanecer oculta durante um século. É interessante notar que a
primeira, ou seja, a cura dos enfermos gratuitamente («De graça recebestes, de
graça dai» — Mateus 10, 8) adquire tanto relevo no espírito de Maier, que este
lhe dedica nada menos de nove capítulos de comentários na Themis Aurea
(capítulos IV a XII), ao passo que as restantes merecem apenas um capítulo
cada uma. Assim como os Dez Mandamentos da
Antiga Aliança foram sumarizados em dois pelo Cristo do Novo Testamento («Amarás
ao teu Deus com todo o teu coração, alma e mente […], e amarás ao teu próximo
como a ti mesmo» — Mateus 22, 37-39), também aquelas seis antigas leis foram
sumarizadas em duas pela Nova Escola de Mistérios Rosacruzes: «Curar os
enfermos e pregar o Reino de Deus», tal como Cristo ordenou aos Seus
apóstolos. O alquimista rosacruciano dispõe
do Oratório e do Laboratório, no seu Templo do Espírito, para
levar a cabo as operações de transmutação. Por isso se diz, na lei n.º 3, que
deve apresentar-se todos os anos no dia C. na morada do Sanctus Spiritus;
ou seja: no dia do seu Cristo interno, ou do seu íntimo
Natal [5], deve estar
perfeitamente consciente do seu verdadeiro estar no templo do Espírito
Santo, que é o seu próprio corpo mortificado, acrisolado, e por fim
purificado e transfigurado («Não sabeis que o vosso corpo é o templo do
Espírito Santo, que está em vós?» — 1 Coríntios 6, 19). Do lado do Oratório deve
ter a biblioteca, isto é, a teoria e o alimento mental, a oração oculta,
ou a palavra de razão: — o noûs e o logos; do lado do
Laboratório deve ter os instrumentos da prática, o alambique, as
retortas, os cadinhos, que é como quem diz, as obras do coração e do
serviço desinteressado, inegoísta e amoroso, ou cordial. E é nesta
dupla vertente, mental e cordial, que a transmutação alquímica do
ser humano, no seu todo, se deve processar. Como referi há pouco, essa
transmutação abrange os nove estágios do percurso involutivo-evolutivo do
tríplice corpo do ser humano, da tríplice alma e do tríplice espírito. No mundo
moderno, cava-se uma distância abissal entre a mente e o coração:
a mente prepondera, altamente evoluída pela ciência, e só se satisfaz com
explicações materialmente demonstráveis, ao passo que o coração nem sempre
encontra meios para manifestar o seu poder: as suas intuições são muitas vezes
inseguras e erram ao aventurar-se nos mistérios do ser, que a mente esquadrinha
de forma tão redutora quão aparentemente sólida e exacta. Tanto vale dizer que a «pedra
filosofal» do Conhecimento e da Verdade será alcançada quando a mente e o
coração se unirem harmoniosamente, aperfeiçoando-se e cooperando mutuamente até
que o ser humano atinja a mais elevada Gnosis e a mais elevada
Sophia, isto é, até que esteja em condições de viver a Vida Religiosa em
plenitude. Esta operação é descrita pelo rosacruciano Max Heindel (1865-1919) no seu livro
clássico The Rosicrucian Cosmo-Conception [6]:, e a ênfase que Michael Maier coloca, na
Themis Aurea, na eficácia alquímica das energias «curativas» trabalhadas
discreta mas sabiamente «no oculto»[7], ensina-nos que a «panaceia»[8], mais do que um bálsamo físico, ainda que envolto numa teia de
simbolismos, é um Mistério sagrado que o Adepto deverá saber buscar no mais
completo despojamento de si: Embora os Irmãos [da Rosacruz] possuam as medicinas mais eficazes do mundo, não se vangloriam disso, antes o escondem; talvez os seus pós contenham cinábrio ou alguma outra matéria ligeirísima, mas produzem seguramente mais efeito do que se pode imaginar. Possuem a Phalaia bem como a Asa de Basílio, o Nepenthes que afasta as mágoas e pesares de Homero e do Trimegisto, o unguento de ouro, a fonte de Júpiter Hammon, que é quente de noite, fria ao meio-dia, e tépida ao nascer e ao pôr do Sol. Desdenham lucros e proveitos e não são seduzidos por altos cargos nem por honrarias; nem desejam de nenhum modo evidenciar-se […]; submetem-se tranquilamente à protecção divina, não se exibem nem se escondem, mas exercem a sua actividade em silêncio (Michael Maier, Themis Aurea, cap. VI). Com efeito, … é pela Alquimia Espiritual que construiremos o templo do Espírito e conquistaremos o pó donde viemos, qualificando-nos como verdadeiros Mestres Maçons preparados para trabalhar em esferas mais elevadas (Max Heindel, Occult Principles of Health and Healing, Oceanside 1938). Em suma, há-de ser dentro de nós
próprios que teremos de descobrir, desbravar e percorrer o Caminho da Salvação,
e não apenas nesta ou naquela prática, neste ou naquele ritual, neste ou naquele
livro por muito sublime e englobante que seja, ainda que se trate do livro dos
livros, porque a letra só brilha para quem já preparou os olhos capazes de
suportar o brilho da Luz «que já existe e que é tão bela». Como dizia Florentinus de
Valentia: «O livro que contém todos os outros está em ti, e em todos os
homens». António de Macedo
NOTAS
[1] A grafia actual é «Rosenkreuz», com k e não com c. [2] Segundo a lenda, a virgem Atalanta era muito veloz a correr e, por fidelidade à deusa Ártemis, decidira casar-se apenas com o homem que conseguisse vencê-la na corrida, jurando que mataria os pretendentes a quem vencesse, o que foi o caso de muitos. Graças ao ardil de lhe ir lançando à frente uns frutos de ouro que trouxera do Jardim das Hespérides, Hipómenes venceu-a porque ela se atrasava a apanhá-los. Atalanta submeteu-se ao prometido, e aceitou casar com Hipómenes. [3] Existe uma edição moderna da Philosophical Research Society, Los Angeles 1976 que reproduz, em fac-simile integral, a primeira tradução editada em língua inglesa: Michael Maier, Themis Aurea — Laws of the Fraternity of the Rosie Crosse, N. Brooke, Cornhill 1656 (tradutor anónimo). [4] Segundo Hesíodo (Teogonia, v. 135 e vv. 901-906), Témis, filha de Urano e de Gaia, é a deusa das Leis Eternas, sendo, por sua vez, mãe das Horas, da Boa-Lei (Eunomia), da Justiça, da Paz e das três Moiras. [5] O «nascimento do Cristo interno» é a aspiração maior do cristão místico. Os primitivos cristãos saudavam-se: «Que o Cristo nasça em ti!». É o equivalente, de certo modo, ao samâdhi do Hinduísmo ou o satori do Budismo Zen. [6] Cf. Max Heindel, The Rosicrucian Cosmo-Conception (1909), The Rosicrucian Fellowship, 28ª edição Oceanside 1977: «Alchemy and Soul-Growth», pp. 421-425. [7] «Tu porém quando rezares, entra no teu quarto, e, de porta fechada, reza a teu Pai que está no oculto; e o teu Pai, que vê no oculto, te corresponderá» (Mateus 6, 6). [8] Este termo deriva do nome da deusa da cura universal por meio de plantas, Panaceia, filha de Asclépios, o deus da Medicina.
Conferência proferida no II
Colóquio Internacional "Discursos e Práticas Alquímicas", organizado pelo Centro
Interdisciplinar de Ciência, Tecnologia e Sociedade da Universidade de Lisboa
(CICTSUL), na Biblioteca D. Dinis, Odivelas, em Junho de
2000. |
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