CARTA Nº 18
Maio de 1912
NOTA-CHAVE DOS ENSINAMENTOS ROSACRUZES
A dificuldade da lição do mês passado está relacionada ao nosso dever de transmitir os frutos do nosso estudo, num esforço para beneficiar o mundo. Geralmente, os místicos costumam manter-se afastados dos seus semelhantes e, por isso, o mundo desconfia deles e de suas crenças. Isto não deveria ser assim, e a análise provará que os ensinamentos contestados são relativamente insignificantes, e que os mais vitais terão aceitação rápida e prepararão o caminho para futuras instruções.
O valor de qualquer ensinamento depende de seu poder em tornar os homens melhores aqui e agora; fazê-los bondosos, respeitadores em seus lares, conscientes em seus negócios, leais com os amigos, dispostos a perdoar seus inimigos. Todo ensinamento que seja assim praticado e conduza a semelhantes resultados, não precisa de maior recomendação.
Onde encontrar tal ensinamento? Temos uma monumental cosmogonia que descreve os períodos do mundo, as revoluções, as épocas e as raças. O estudo dela tornará os homens mais bondosos? Ou, se pudéssemos induzi-los a esquadrinhar os mistérios dos números e dos nomes contidos na Cabala, ficariam mais conscientes? Certamente que não, portanto, tal conhecimento é de menor importância. Teriam os homens mais moralidade pelo conhecimento da evolução e involução, ou se lhes descrevêssemos a cíclica jornada da alma através do purgatório e do céu? Isto não seria necessário, pelo menos até tê-los convencido de que, pela Lei de Conseqüência, estamos sujeitos ao renascimento e a colher o que semeamos. Uma simples sugestão de tal crença poderia afastar de nós muitas pessoas.
Mas, perguntarão os estudantes, o que sobrou então dos nossos ensinamentos? Sobrou o maior ensinamento de todos e o mais prático, o que não desperta antagonismos em nenhum devoto de qualquer religião, nem sequer em um agnóstico, pois não é preciso rotulá-lo de ensinamento religioso. Produzirá resultados mais benéficos desde o dia em que for aplicado, afetando também as vidas futuras sem ter em conta se o homem que a pratica ouviu ou não a palavra Rosacruz, ou aprendeu alguma coisa de nossos ensinamentos.
Se realmente queremos trabalhar na vinha do Senhor – o mundo – não nos isolemos. O estudo abstrato pode ocupar uma agradável parte do nosso tempo, mas devemos sair para o mundo, ganhar a confiança das pessoas na igreja, no clube, na profissão. Se dermos um bom exemplo, perguntar-nos-ão o segredo, e teremos o privilégio de dar-lhes o maior de todos os ensinamentos jamais conhecidos:
O Segredo do Crescimento da Alma
Poderemos transmitir-lhes algo, como o seguinte:
"Todas as noites, depois de me deitar, revejo os acontecimentos do dia, em sentido inverso. Culpo-me onde a culpa é real, arrependo-me e faço o propósito de tentar emendar-me. Elogio-me, se o elogio é meritório, e resolvo ser melhor no dia seguinte.
Com freqüência, falho em meus bons propósitos, mas continuo em minhas tentativas e, pouco a pouco, serei bem sucedido."
Também será bom explicar que, mediante a revisão dos acontecimentos em ordem inversa, estes ficam mais firmemente impressos na memória. Explicações maiores devem ser evitadas até que tenhamos a certeza que nosso amigo está procurando uma solução para o problema da vida.
Esta é uma propaganda diferenciada.