A Rosacruz e Portugal

Terceira Parte

A Rosacruz e  os Descobrimentos Portugueses

 

95

 

CAPÍTULO X

 

Da Corte de D. Duarte à de D. Manuel I

D. Duarte (1391-1438), O Sábio

 

Lede bons livros; incentivai o são convívio e

procurai conhecer-vos a vós mesmos.

 

D. Duarte, o Rei Sábio.  Leal Conselheiro

 

Sua mãe, sobre o leito da morte, chamou-o e, ao dar-lhe uma espada, disse: Porque, após o falecimento de teu pai, irás reinar, dou-te esta espada para que, com ela, defendas o povo, administres o Reino com justiça e piedade.

Com efeito, D. Duarte reinou com sabedoria, dedicou-se ao máximo para resolver os problemas, de tal modo que esgotou. Era ainda jovem e reinava seu pai.

Nas suas obras, especialmente, no Leal Conselheiro, D. Duarte revela um profundo conhecimento da pessoa humana, aliás um grande psicólogo, como o conhecimento de diversos escritores, filósofos, cientistas, religiosos, de vários quadrantes ideológicos, desde Salomão, a S. Bernardo; de Platão a Cícero; dos trovadores, entre os quais, Afonso X, o Sábio; até aos autores da cultura árabe.

Sensível como era, o caso de seu irmão D. Fernando produziu-lhe um estado emocional muito adverso, que prejudicou o seu reinado.

Deliberou continuar as obras no Mosteiro da Batalha, mandando erigir as chamadas Capelas Imperfeitas, ou melhor Incompletas, porque de imperfeito nada têm; pena foi que, embora D. Manuel I tenha mandado continuar as obras, porém, não as acabou porque, o Mosteiro dos Jerónimos era a sua menina preferida…

A verdade, é que, com este monarca, em que Portugal concretizou o período áureo dos descobrimentos, em que surgiram obras de grande valor, património mundial, com ornamentações manuelinas, começou a perseguição aos judeus, aos moiros e não só, Portugal iria ficar a dormir, sob os fundamentalismos, que nada têm a ver com a cultura universalista lusíada.

Com efeito, durante o seu reinado, houve muito de infortúnio, quiçá porque não atendeu aos conselhos do seu médico e amigo, astrólogo espiritualista, de renome, que não era boa hora aquela que tinha escolhido para tomar posse do cargo?

É certo que, como bem disse o rosacruz Paracelso, médico eminente, que pouco tempo depois visitaria Portugal: os astros inclinam, não obrigam, mas que inclinam, isso é verdade, e que, quando se trata de destino maduro, seja individual, ou colectivo, é como escreveu Camões: …estrelas infelizes me obrigaram/ como livre-arbítrio mo não deram. Mais tarde, o sábio físico Einstein disse: O ser humano não é verdadeiramente livre, está sujeito à inexorável lei da Causa e do Efeito.

Daí Fernando Pessoa, conhecedor da ciência dos astros, tenha dito que D. Duarte cumprira contra o Destino o seu viver…

 

 

As sete capelas incompletas, como está incompleta a missão de Portugal, onde estão os restos mortais de D. Duarte.

Note-se o número: 7. Foto do Autor, 2007.

 

98

 

Infante D. Pedro

(1392-1449)

Um dos altos infantes, também de elevada cultura, cuja vida e obra também sofreu de tudo um pouco; por erros seus, por não seguir os elevados ideais do humanismo cristão, o seu apoio ao rei da Hungria contra os hussitas, (1) revela que ou não sabia o real valor da pureza cristã que esta corrente encerrava, nascida de um dos mais sábios cristãos da Boémia, João Huss, (2) ou terá errado na sua arte diplomática onde teve alguns êxitos. Como nenhum ser humano é perfeito, o infante D. Pedro demonstrou, porém, nobreza de carácter, como procurou seguir um rumo claro, nem sempre feliz.

Da sua mãe recebeu uma espada com a missão de defender as damas e as donzelas, qual cavaleiro do rei Artur, mas o destino reservou-lhe outras missões, em que tinha de receber o que antes houvera semeado.

Naquela vida teve muitos inimigos, falsos amigos, entre eles, o 4º conde de Ourém, D. Afonso, mais tarde, 1º marquês de Valença, por alguns considerado como rosacruciano, mas que, em nossa opinião, face às nossas investigações, terá sido um  Cagliostro…

 

Grifo no Túmulo do  IV Conde de Ourém.

Foto do Autor, 2006

 

1) Hussitas, seguidores dos ensinamentos de João Huss da Boémia.

2) João Huss, sábio cristão, reitor da Universidade de Praga, vítima dos fundamentalistas, defensor da liberdade religiosa e da pureza do humanismo cristão, que, com sabedoria e grande humildade e amor, defendeu os puros ideais de Cristo. Por isso, perdeu o cargo e foi queimado pelos inquisidores.

 

Rosácea encontrada no túmulo de D. Afonso. Foto do Autor, 2006.

 

Esta rosácea, como outros símbolos existentes no túmulo do 4º conde de Ourém, D. Afonso, e outros dados têm levado a que alguns defendam a sua ligação com o movimento rosacruciano. Contudo, face à sua vaidade, ao desejo de fama e poder, à sua megalomania, em tudo o oposto aos princípios cristãos rosacrucianos, terá seguido outro rumo.

Os seus restos mortais, em 1487, foram transladados da Igreja de Santa Maria, em Tomar, para este túmulo, mandado construir pelo Duque de Bragança, D. Fernando III.

Estamos perante um caso em que, embora respeitemos as opiniões dos que consideram que D. Afonso foi rosacruciano, contudo, repetimos, terá seguido o caminho de Cagliostro, que, depois de ser alto iniciado, devido a profundo estudo e a muito serviço ao longo de várias Vidas, o orgulho levou-o a cometer erros enormes que o conduziram a uma queda vertical para o abismo dos mundos inferiores. Este caso e outros demonstram que devemos estar sempre vigilantes, orar e trabalhar, servir com humildade, seguindo o exemplo de Cristo que, tendo os poderes que tinha e tem, todavia, humilhou-se ao ponto de ser sacrificado na cruz por Amor à Humanidade.

Ele que tinha e tem poderes para dominar tudo e todos, contudo jamais os podia usar para Si Mesmo, para Sua glória, mas tudo para Seu Pai.

Como seres muito pequenos, nós somos, devemos ter este exemplo como guia em cada pensamento, sentimento e acto. Senão…quanto mais subirmos, maior será a queda, se não cumprirmos as Leis Divinas.

Disso não tenho dúvidas algumas; no caso, com D. Afonso, temos muitas.

 

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Infante D. Henrique

(1394-1460)

 

Quinto filho de D. João I e de D. Filipa de Lencastre, sua vida e obra tem sido alvo de tanta tinta que o que é que se pode acrescentar.

Bem, uns criticam por não ter casado, que celibatário foi ele, outros pela sua conduta no caso do irmão D. Fernando, outros pela sua conivência no tráfico dos escravos, etc. Outros colocam-no como sendo uma das principais figuras da história de Portugal e Universal, onde só vêem virtudes e nobres acções.

Bem, ser celibatário em nada lhe retira valor, por vezes, nas iniciações mais elevadas, pode haver essa exigência; quanto ao resto há que analisar os factos na vida e mentalidade do século XV.

Fernando Pessoa na sua obra esotérica, a Mensagem, coloca-o em alto pedestal, ele tem o globo terráqueo em sua mão.

Como ser humano errou, sofreu, porém, muito semeou em diversas áreas, muito aprendeu e contribuiu para que outros recebessem mais luz. Como o maior pecado é a ignorância, Henrique difundiu luz.

Vivemos em Tomar como em Lagos, por períodos muito curtos, em ambas as localidades, procurámos, no silêncio de um desconhecido, saber mais sobre este que muito sonhou e concretizou, mas que por tanto sonhar, muito foi seu pesar.

Muito ligado à Ordem de Cristo, onde encontrou saber e apoios para cumprir os seus ideais de abrir caminhos, novas rotas, para que a comunicação entre os povos fosse mais fácil, com menos perigos, por isso usou engenho e ciência.

Tomar foi uma das suas localidades preferidas.

Por tudo isso, manda continuar as obras no que viria a ser o magnífico Convento de Cristo.

Com ele, surgem as obras do Claustro do Cemitério e as do Claustro da Lavagem, que terão sido executadas, entre 1417 e 1460, com arcos góticos, o estilo por excelência dos construtores rosacruzes.

Defensor do saber experimentado, ao lado de árduo estudo, tinha como divisa, bem conhecida: Talent de bien faire, ou seja, Disposição de bem- fazer e, quando somos norteados por uma vontade de proceder de acordo com o bem comum, há uma base segura para se cumprir a vontade de Deus e não a nossa, porque a nossa é imperfeita.

Agora, não podemos esquecer Séneca que via o que era melhor, mas fazia, afinal, o que era pior, o que lhe dava mais responsabilidade porque tinha conhecimento dos assuntos.

Com essa vontade de bem  fazer, deixou obra que dignificou Portugal.

Errou, mas quem de nós não erra?

 

 

Figura de Hermes Trimegisto ao centro da cruz no Convento de Cristo em Tomar

Foto do Autor, 2006.

 

A figura de Hermes Trimegisto, isto é três vezes grande, colocada no centro da cruz no Convento de Cristo em Tomar, comunica não só a missão desta Ordem, como dos seus membros, enquanto durou a sua pureza, trata-se de uma personagem esotérica ligada à alquimia, à transmutação dos vis metais da nossa natureza inferior no ouro dourado do traje nupcial, tecido por muito serviço amoroso e humilde.

O Infante D. Henrique, em parte é uma figura algo esotérica, que criou um mito, como está encerrado nesta figura com capacidade para ver para todos os lados, como um clarividente voluntário.

Por isso, não é fácil entendê-lo, como o que está escrito sobre ele, mesmo em seus tempos no mundo físico ou logo a seguir, não passam de opiniões, porque ter acesso às suas conversas íntimas, ao seu interior muito fechado, no fundo à verdade, há uma longa distância.

O mesmo sucede com as nossas opiniões.

Cada qual deve pensar por si, livre, mas responsável.

 

 

Túmulo de D. Henrique. Foto do Autor, 2006.

 

Parte central do túmulo de D. Henrique, em que se podem ver as rosas.

Devido à poluição e outros factores começa a não se ver devidamente os diversos elementos esculpidos nos túmulos, o que é de lamentar. Urge restaurar, sabiamente, o que criará postos de trabalho.

 

104

 

 D. João II (1455-1495) e Dª Leonor (1458-1525)

 

Estamos chegando ao final do século XVI e com ele a entrada de Portugal sob a rainha da noite, na escuridão das trevas.

Este período é focado por 5 motivos: a parte positiva neste reinado, o Tratado de Tordesilhas, o incremento das navegações, a acção humanística de sua esposa.

Embora F. Pessoa o coloque como uma das asas do grifo do timbre do brasão; a outra é de Afonso de Albuquerque, tendo como cabeça, o Infante D. Henrique, face à sua dinâmica nos descobrimentos e não só, contudo, em nossa opinião, é com este monarca que são lançadas fortes tempestades sobre o universalismo lusíada, que iria ficar sob intensa névoa Atlântida, em que o Sol deixaria de iluminar.

O quinto motivo refere-se ao facto de depois de explorar o saber de alguns judeus em que D. João II desenvolve a sua política de expansão marítima, acaba por faltar à palavra, lançando raios de anti-semitismo que iriam prejudicar Portugal, além de cometer graves ingratidões e actos desumanos, convertendo muitos judeus em sua propriedade, vendendo-os como escravos.

Quanto à sua esposa, a fundadora das Misericórdias, foi ainda a protectora dos filhos de Caim, os músicos, os construtores, os artesãos, os escritores, o rosacruciano Gil Vicente a ela muito deve, cria o Hospital Termal das Caldas da Rainha, vendendo as suas jóias, uma prova do seu amor ao próximo, aos que sofrem, no cumprimento de um dos mandamentos de Cristo: curar os enfermos.

 

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D. Manuel I

(1469-1521)

 

Graças aos planeamentos, aos estudos, trabalhos, viagens, em reinados anteriores, eis que chegava a Hora (tudo tem o seu tempo, há um tempo para semear e outro para colher) e eis que logo, nos primeiros anos do seu reinado, que durou desde 1495 até 1521, Vasco da Gama parte rumo à Índia, plano do anterior monarca e dos que trabalharam  com ele, donde regressa em Setembro de 1499. Em seu governo as navegações lusíadas são coroadas de êxitos, desde as de Vasco da Gama, para a Índia até às de Pedro Álvares Cabral, para o Brasil e de Fernão de Magalhães, a célebre e histórica viagem de circum-navegação.

Por motivos do seu casamento, em finais de 1496, com a princesa Isabel de Castela eis que este monarca tinha de expulsar os judeus e moiros. Antes, porém, recebeu-os como o famoso sábio Abraham Zacuto, grande matemático e astrónomo, que tinha frequentado a Universidade de Salamanca, refúgio de alguns portugueses ilustres, descendentes de cruzamentos com judeus, cujos conhecimentos foram muito valiosos para Vasco da Gama na sua viagem à Índia.

Começa uma enorme perseguição contra os judeus, os moiros e a todos quantos eram cultos e humanistas. A partir da promulgação do édito de 25 de Dezembro de 1496, note-se a data, enfim, o fanatismo assentou praça em Terras Lusitanas para desgraça deste país e da Humanidade.

Sobre o que sucedeu a muitos judeus, incluindo crianças, a História narra muitos factos horrendos.

É criada a chamada arte manuelina, por ser dentro do reinado de D. Manuel I, única no mundo, com características específicas desde a esfera armilar até alguma simbologia esotérica. Em Portugal ainda iriam ficar alguns filhos da Luz, servindo a nobre causa da criação de uma civilização universal em que os valores do humanismo, especialmente do cristão, norteassem as mentes e os corações das pessoas.

Desde as obras no Convento de Cristo, em Tomar, até às do Mosteiro dos Jerónimos e da Torre de Belém, em Lisboa, como a continuação das capelas incompletas na Batalha, como numerosas pórticos, janelas e outros elementos, adornados com esta arte, o país recebe, na arte, as vitórias nos descobrimentos.

Como é evidente, os seus sábios construtores souberam deixar as marcas da sua filiação rosacruciana, por vezes, por numerologia, ou por meios mais ou menos simbólicos.

 

106

 

O Convento de Cristo, em Tomar

 

Também, os escritores ainda iriam florir em Portugal, como os cientistas, desde Gil Vicente, a quem D. Manuel encarregaria de ser o vedor das obras em prata e em oiro do Convento de Cristo, daí que este poeta, na sua obra Barca do Inferno, permite a entrada, no Paraíso, dos Cavaleiros da Ordem de Cristo; Damião de Góis, Pedro Nunes, Luís de Camões, entre outros, como o rosacruz Paracelso visita Lisboa, em 1518, lançando novas bases para o futuro que os esperava, de que falaremos na Quarta Parte deste trabalho.

 

A seguir, a fachada Oeste do Convento de Cristo, onde foi esculpida a janela mais bela e mais rica em simbolismo que alguma vez foi construída. Outros elementos estão inseridos desde a rosácea no cimo; duas colunas laterais, onde está, na esquerda, com anjos, a Ordem Francesa, do Tosão de Ouro; na direita, com esculturas humanas, a ordem inglesa da Jarreteira.

 

 

Fachada Oeste do Convento de Cristo, em Tomar

Eis uma das fachadas mais preciosas da arquitectura universal. Foto do Autor, 2007

Monumento classificado, desde 1984, como Património Mundial, pela UNESCO.

 

 

 

A famosa e universalista Janela Manuelina, obra do Iniciado, Diogo de Arruda, plena de símbolos esotéricos, entre os quais o da Rosacruz.

Foto do autor, 2007. 

 

 

O símbolo da Rosacruz está também nesta Janela que tem passado despercebido. Há mais de 30 anos que o reconhecemos;

desde então imperou o silêncio até que, recentemente, informámos da sua subtil existência. Foto do Autor, 2006.

 

 

 A alcachofra, símbolo do renascimento, devido ao seu ciclo de vida, um dos principais, ao lado da rosa e do trevo, na cultura escocesa,

uma rosácea esculpida no interior da Janela Manuelina, da antiga Sacristia.  Foto do Autor, 2007. 

 

 

 

Temos aqui mais dados sobre esta janela, qual entrada da Luz para a sacristia inicial, agora, Sala do Capítulo,

que dá para o Claustro de Santa Bárbara.Podemos ver estas 3 alcachofras, um símbolo rosacruciano, em cima estão cordões

que terminam, uns, com espirais e, na segunda do lado esquerdo, está o símbolo já citado da rosacruz. Foto do Autor, 2006. 


 

 

Esta rosácea representa não só a entrada da Luz como a manifestação da vida, cujas linhas de força são em espiral; para alguns são as velas das caravelas;

para outros é o terceiro olho, ou seja a visão do clarividente voluntário do iniciado. Foto do Autor, 2006. 

 

 

Outra foto da janela manuelina.  Foto do Autor, 2006. 
 
 
Sobre outras construções deste famoso Convento temos: O Claustro de Micha, onde, na época, era dada a sopa dos pobres, foi construído entre 1543; o refeitório, em 1536; a adega, em 1547; também é nos tempos de D. João III que são construídos os Claustros de Santa Bárbara, dos Corvos da Hospedaria e o das Necessidades; são trabalhos de João de Castilho, como a Casa do Capítulo. Seguidamente, começa o Claustro de D. João III reconstruído por Diogo de Torralva. Quanto à Igreja manuelina, com entrada pelo lado Sul, portal de autoria de João de Castilho.

Outros arquitectos aqui trabalharam, portugueses, flamengos e pedreiros mouros e não só, qual fraternidade universal de artistas.

Por tudo isso, é mais um dos monumentos portugueses que, desde 1983, foi classificado pela UNESCO, como Património Cultural de Toda a Humanidade. 


 

A escada, com setes degraus, que dá acesso à Sala de Iniciação,

misteriosamente camuflada pela designação e não só de Adega!!!

Foto do Autor, 2007. 

 

 

Um dos símbolos ligados à Rosacruz, no tecto da Sala de Iniciação,

comunicando a sua união com a Ordem de Cristo e Portugal Universalista.

 

Há 20 anos, este símbolo estava muito mais visível!!!

Investigando com mais profundidade podemos ver que as pétalas da rosa teriam a forma algo espiralada!!!

Foto do Autor, 2007. 
 

 

 

Outro símbolo, próximo do anterior, que, como o próprio Convento necessita de profundos e sábios restauros,

para bem da cultura lusíada e do Património Mundial. Foto do Autor, 2007. 

 

Com o tempo, até as pedras sofrem alterações. Neste caso é mais um que comprova a necessidade de urgente restauro. Em 1989, a rosa no centro da Cruz da Ordem de Cristo estava com alguma nitidez.

Confiamos na capacidade das pessoas que irão restaurar este maravilhoso Monumento, Património Universal.

Se me permitem, há que analisar, com profundidade, o centro da rosa, restaurando como seria originalmente.

 

 

Cinco pétalas, num círculo, em que, subtilmente, se podem ver um pentágono, como a proporção áurea.

Mais um dos símbolos esotéricos que enchem este Convento, qual livro com numerosas páginas de cristianismo esotérico.

Foto do Autor, 2007. 
 

 

 

Torre de Belém

 

 Torre de Belém. Foto do Autor, 2006.

 

Vamos até Lisboa, mais precisamente à famosa e mui conhecida Torre de Belém, ou mais precisamente o Baluarte de S. Vicente, culto mítico, místico e esotérico.

Obra de Francisco de Arruda, irmão de Diogo de Arruda, outro iniciado, mandada construir por D. Manuel I, entre 1514 e 1520, sob a orientação de Diogo Boitaca. Desde 1983 é Património Mundial.

Aqui está a Virgem das Boas Viagens, ou a Virgem do Bom Sucesso, de Belém, enfim, vários cultos num só, oriundo do Médio-Oriente, adaptado ao Ocidente.

Além dos símbolos da Ordem de Cristo, temo-los no cimo, orlando a Torre, 7 em cada lado, estando 4 nos cantos, o que perfazem 32, ou seja: 3+2=5, de novo o número cinco, sobre o qual muito ainda se podia focar, mas que apenas nunca será demais recordar está ligado a Portugal e à Rosacruz, como a tudo que tem vida, tudo que está em sintonia com o Macrocosmo.

 

 

Outra foto da Torre que confirma o número já citado.

Foto do Autor, 2006.

Mosteiro dos Jerónimos

Um elemento decorativo….fala por si, incluindo as folhas com 3 nervuras, tridente.

Foto do Autor, 2006.

 

 

Os Jerónimos, pleno de arte e simbolismo, ligado a Nossa Senhora de Belém.

Imagem de Santa Maria de Belém, obra de João de Castilho, em 1517.

Foto do Autor, 2006.

 

Belém, em hebraico, bêth-lehem-casa de pão, comunica-nos que Jesus, ao nascer em Belém, numa manjedoira, encerra uma alegoria cósmica.

Nesse dia, no hemisfério Norte, pela meia-noite, está Câncer no Meio do Céu, e nesta constelação está um cúmulo estelar de nome Presépio, em latim, praesepium, que significa manjedoira, alimento.

Ora, será com o pão anímico, o pão da Vida, que evoluímos; para isso, é necessário servir com amor e humildade, como fizeram em muitas vidas a elevada Essénia, Virgem Maria e Seu Esposo, São José.

Por outro lado, temos de saber construir a Nova Jerusalém, que será etérea, a qual está situada na Latitude Norte, 32º, de novo, o número 5.

Como não existe o acaso, tudo tem a sua razão de ser.

 

No alto da Porta Sul, eis o Arcanjo S. Miguel, o Patrono de Portugal.

 

Projecto de João de Castilho, cujas mensagens devemos saber ver e ouvir.

Está na direcção do Sul, quando o Sol está no seu Zénite. Foto do Autor, 2006.

 

Outro monumento classificado, desde 1984, como Património Mundial, pela UNESCO.

Aqui temos muitos elementos, só que a Hora ainda não chegou.

Foto do Autor, 2006.

 

 

 

Fachada Sul do Mosteiro dos Jerónimos

Foto do Autor, 1982.

 

Outros elementos

 

A escolha é sempre relativa, dependendo dos dados que existem, do conhecimento que temos e assim por diante.

Em Portugal, há muitos elementos com ligações mais ou menos esotéricas.

Apenas, vamos focar alguns, sem menosprezo por outros, que estão em diversas localidades, por vezes, escondidas em aldeias remotas.

 

 

Portal  manuelino da Igreja de São João Baptista

Foto do Autor, 2006.

 

 

Embora tenha sido fundado pelo Infante D. Henrique, é no século XV que recebe profundas transformações.

Tem diversos elementos, desde o número dos arcos ogivais, até à existência de siglas, como do elemento decorativo, a bolota, símbolo ligado ao cálice do Graal, ao carvalho, do hebraico Kerobalo, Querubim, que guardavam a entrada do Templo de Salomão, com uma flor, símbolo de castidade, de pureza.

 

Pia Baptismal na Ermida de Nossa Senhora do Ameal, Torres Vedras

 

 

Pia de água benta, arte manuelina do primeiro quartel do século XVI na Ermida de Nossa Senhora do Ameal, Torres Vedras.

Uma rosácea com 8 pétalas, em que o símbolo da rosacruz está patente.

Foto do Autor, 1981

 

Igreja de S. Francisco, no Porto

 

 

Fachada da Igreja de S. Francisco, no Porto

Foto  do IPPAR - Instituto Português do Pattrimonio Arquitetônico

 

A Ordem de S. Francisco esteve intimamente ligada à Ordem de Cristo e a outras onde existiram Iniciados, com ligações ao movimento rosacruciano.

Sabe-se que houve entre esta Ordem no Mosteiro de la Rábida, perto de Sevilha, Espanha, ligada aos Descobrimentos e à Ordem de Cristo, em Tomar, intercâmbios culturais no sentido de ajudarem à construção da futura Fraternidade Universal.

No Oriente, S. Francisco de Assis, teve contactos com a Escola esotérica, os Sufistas, que tinham, como símbolo, uma rosa, mais tarde perseguidos pelos fanáticos. A sua vida e a sua obra estão cheias de ensinamentos rosacrucianos, incluindo a Sua visão panzoísta sobre a Vida. A rosa de S. Francisco, sem espinhos, é o símbolo de que elas floriram na cruz do Cristo da Idade Média.

 

 

Capela-mor da Igreja de São Francisco de Assis, no Porto.

Foto  do IPPAR - Instituto Português do Pattrimonio Arquitetônico

 

 

 

Santarém, cidade do gótico,  ligada a mitos esotéricos

 Uma das localidades de Portugal, onde o gótico mais floriu, é Santarém. Por isso, é denominada, a Capital do Gótico.

 

 

Rosácea da Igreja da Graça

Foto do Autor, 1998.

Inserimos, apenas, a rosácea da Igreja da Graça, uma maravilha de arte, qual trabalho de um ourives tecendo a sua filigrana, como que querendo comunicar que, por meio do serviço amoroso, a rosa é o símbolo do amor e da luz, se tecem os fios do traje dourado, das bodas nupciais entre o príncipe (o espírito) e a alma (a princesa).

 

O Palácio de Mafra

 

Muito tem sido escrito sobre este Palácio. Para uns ele foi edificado com o objectivo de poder ser, um dia, a futura sede da nossa Igreja de Roma, ou a nova sede do Poder Espiritual face às profecias dos últimos Papas e não só; para outros reúne muitos elementos esotéricos, desde o local da construção até ser um templo etéreo, devido às numerosas imagens, esculturas majestosas, de anjos e de santos.
Bem, na verdade, está cheio de estátuas de muitos santos, demonstrando um universalismo de crenças.

Vamos lembrar algumas, desde a de Santa Isabel da Hungria, tia da Rainha Santa Isabel de Portugal, ambas aqui presentes até às de S. Bruno, que criou a Ordem esotérica da Cartuxa, S. Bernardo, S. Vicente, como de S. João, com o seu símbolo, a águia.

 

 

O Palácio de Mafra, foto tirada em, 11 de Novembro de 1999, quando estava sendo restaurado, um positivo que merece ser louvado.

 

 

Estátua em honra da Rainha Santa Isabel da Hungria, em Budapeste. 

Foto do Autor, 1992.

 

Eis as rosas no seu regaço, simbolizando o seu serviço altruísta e a sua pureza. Na estátua em honra da Rainha Santa Isabel de Portugal, na Igreja deste Palácio, estão também em seu regaço.

Quantos construtores, filhos de Caim, não trabalharam neste Palácio?

 

 

Estátua em sua honra, no Palácio de Mafra.

 Foto do Autor, em 1989.

 

Sobre a imagem de S. João Evangelista, cujo Evangelho será o da Idade do Aquário, reencarnação de Hirão Habiff, mais tarde, Christian Rosenkreuz, o símbolo da águia comunica a ligação à constelação já citada.

Na mitologia grega, este signo corresponde a Ganimedes, o que bebe o néctar da verdade; entre a mitologia romana, Júpiter, por sinal tem um satélite com este nome, depois da morte de Hebe, transformado em águia, raptou-o, levando até ao Olimpo, tendo ficado com a missão de lhe apresentar o néctar.

Aquele que bebe pelo cálice da Verdade será um libertador.

Esta é a função do apóstolo amado de Cristo, o único Salvador.

 

 

131

 

CAPITULO XI

 

OS NEFASTOS EFEITOS DA INQUISIÇÃO

 

 

 Cadeira Usada nos processos inquisitoriais.

        Foto do Autor.

Quem age mal, porque não sabe agir bem,

 merece compaixão;

mas quem sabe agir bem e age mal,

 merece condenação.

 

Cartas Rosacruzes

 

Já há anos que, em Portugal, andavam as aves negras dos fanatismos para dominarem este torrão de cultura universalista, onde os diversos credos eram respeitados e dominavam os intercâmbios e a amizade fraterna.

As forças das trevas não podem ver a Luz, como não querem nada com a instrução nem com a liberdade de expressão e de opinião, etc.

Em 23 de Maio de 1536, D. João III e os ditadores conseguiram introduzir, em Portugal, o Tribunal da Inquisição, a que alguns chamaram: Santa. Hoje, já quase ninguém lhe dá esse nome, pois actuou no campo oposto, como uma organização antiCristo.

Também é com este monarca que há profunda alteração na Ordem de Cristo. Com ela perde a sua cultura humanista e os seus ideais rosacrucianos.

Quanto ao resto, apenas e tão só, em Portugal, entrou no reinado das trevas:

 

1)    QUEM NÃO PENSA COMO EU É MEU INIMIGO;

2)    QUEM FOR ADULADOR, DENUNCIANTE, INFORMADOR, INTRIGUISTA TEM OS FAVORES DOS SENHORES NO PODER EFÉMERO.

3)    UMA LONGA NOITE DE TREVAS.

 

Quando se lêem os autos dos inquisidores, quando analisamos, atentamente, vemos que vários padres e sacerdotes foram perseguidos e mortos pela Inquisição, bastaria defender os ideais puros do cristianismo, incluindo dizer algo a favor dos judeus, para logo ficarem na lista negra. Por isso, o problema está em cada qual, as raízes dos males estão no nosso interior e as Instituições são o reflexo de todos nós, individual e colectivamente.

 

QUANDO SERÁ A HORA DA LIBERTAÇÃO?

JÁ HOUVE VÁRIAS TENTATIVAS, MAS O QUE FALHOU?

NÃO HOUVE  EM NENHUMA DELAS O VERDADEIRO HUMANISMO CRISTÃO PARA CIMENTAR AS BASES DO FUTURO QUINTO IMPÉRIO.

COMO TUDO TEM O SEU TEMPO, ESSA HORA ESTÁ CADA VEZ MAIS PRÓXIMA.

ATÉ LÁ VIVAMOS EM SEUS IDEAIS, ALGUNS ESTÃO SENDO CONCRETIZADOS, A NOSSA IGREJA CATÓLICA E OUTRAS

RECONHECEM CADA VEZ MAIS A NECESSIDADE DE ECUMENISMO, DA VIVÊNCIA EM REAL HUMANISMO.

COM O DEVIDO RESPEITO PARA COM TODOS OS CREDOS, VIVAMOS OS PUROS IDEAIS DE CRISTO, O SENHOR DO AMOR E DA LUZ.

 

 

A Rosacruz e Portugal

Quinta Parte

Portugal, O V Império e  A Rosacruz

 

 

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