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CAPÍTULO IV

 

A ROSA, COMO SÍMBOLO MÍTICO 

"Nos antigos mistérios do Egipto

A rosa era consagrada a Ísis, a Lua,

Que é a condutora dos processos de reprodução".

Francisco Marques Rodrigues

(1899-1979) 
 

Nos cultos antigos, em quase todas as civilizações, especialmente no Oriente e na Europa, a rosa era venerada, associando-a como um símbolo dos deuses.

Segundo uma lenda sobre a criação da rosa, Clóris, deus grego das flores, criou a rosa de uma ninfa. Afrodita, a esposa de Zeus, tinha como símbolo a rosa vermelha, deu-lhe a sua beleza; Dionísio ofereceu-lhe o seu néctar, daí o seu belo perfume; as 3 Graças, Eufrósina, Talia e Aglaya, filhas de Júpiter e de Vénus deram-lhe, encanto e alegria. Zéfiro, o deus do vento, levou-a às alturas e Apolo a considerou como a rainha das flores.

Lendas são o que são; seja o que for, esta é uma que encerra muito para reflectir.

Cada palavra encerra um valor não só numérico, como uma mensagem mais ou menos, esotérica. Ela é expressão do Som Criador, Harmónico, Divino, como tal sagrada. Por isso, devíamos ter muito cuidado com o que dizemos; usando as palavras para o Bem, para a criação de algo positivo e libertador.

Max Heindel esclareceu que no antigo idioma persa, a palavra rosanan, estava ligada à rosa, significando Os da Luz. Vemos, assim, que ela encerra mensagens de luz.

Nos idiomas: alemão, inglês e francês, rosa é, como sabemos, rose. Este vocábulo tem as mesmas letras que Eros, o deus mítico do amor.

Agora, a rosa comunica o amor, além da luz.

Daí que os antigos poetas, estes são os mensageiros dos deuses, como Virgílio, tenham defendido que a natureza da rosa era divina! Por sua vez, Anacreonte escreveu: O que seria da Humanidade, sem a rosa? 

 

 

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Não será de admirar que esta flor surgisse ligada a diversos cultos na antiguidade. No culto a Mitra, a rosa estava presente; no idioma sânscrito, como no persa, mitra quer dizer amigo. O deus Helios, que significa Sol, foi amado pela Ninfa de Rodes que tinha uma rosa numa das faces. Rodes, Ilha e Ninfa, veio do grego rhodón, que significa rosa.

Na cultura antiga da Índia, Triparasundari era a rosa cósmica.

Também a rosa está ligada, como sabemos, não só a Vénus, o planeta do amor, da beleza, da harmonia, como a Apolo, o deus-sol, o criador da música como da medicina, entre outros deuses da mitologia. 

Bloco emitido pelos Correios do Paraguay, em 1985, sobre o tema: Exposição Filatélica Internacional em Roma – Itália 85.

O motivo é bem conhecido. 
 

Este famoso quadro do nascimento de Vénus, de Botticelli, Florença, Itália, encerra as mensagens já mencionadas e não só.

Este pintor, que esteve ligado ao movimento rosacruciano nas artes dos séculos XV e XVI, comunica em seus trabalhos toda uma filosofia neoplatónica, que nos liberta, que nos ajuda a contemplar a beleza do nu, da harmonia, da criação divina.

 

 

 

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No caso, lá está o vento Zéfiro, que é um dos mais serenos, agitando tudo à sua volta, levando, pelos ares, as rosas até Vénus, que, ao sair da concha, símbolo esotérico, ligado ao culto a Santiago de Compostela, está coberta pelos seus longos e flutuantes cabelos, e não só, esperando que a Hora lhe coloque o manto com flores sobre si.

Tal como a Vida está sempre em movimento, também, neste quadro, tudo se move, conduzindo-nos à contemplação da beleza de Vénus como de tudo ao seu redor.

Isso sucede também no seu quadro da Primavera e em outros trabalhos.

Este capítulo respeita à rosa como símbolo mítico.

Em nossa opinião, está chegando a hora de aprofundar os nossos conhecimentos sobre os mitos e acerca dos símbolos.

Considerá-los como algo ligado a cultos arcaicos, mais ou menos fantásticos, próprios de mentes atrasadas, incultas, é um grave erro. Com o nosso orgulho intelectual, o nosso pequeno conhecimento que nos conduz à vaidade, ao materialismo, temos menosprezado esta área.

Todavia, esta realidade já foi chão que deu uvas, cada vez se estudam e investigam estas áreas, o que têm resultado na descoberta de muitas faces da verdade ocultas nos mitos e nos símbolos.

Afinal, não continuamos a criar mitos? E símbolos? Muitos deles pouco valor encerram, senão vaidades, ilusões, famas terrenas, e assim por diante.

O que é um símbolo? Nada melhor do que irmos até à origem do vocábulo. Ele veio do grego symbolon e este de syn-ballein, que significa associar, ligar. O grego antigo é muito semelhante ao fenício, o alfabeto mãe, ligado a outros idiomas, como o hebraico.

Neste caso, símbolo encerra ideais de ligar, ou antes, de religar, de ajudar a que cada qual possa regressar à Vida Única, ao Macrocosmo.

Quanto aos mitos eles são alegorias que encerram pérolas espirituais, luz escondida nas conchas ou nas arcas.

Este trabalho de desvendar a Luz nos mitos e nos símbolos exige mente aberta, coração nobre e humilde.

Nada melhor do que seguir os doutos ensinamentos de Sócrates: só sei que nada sei e conhece-te a ti mesmo.

No fundo são os da Escola Rosacruz, cujos ideários têm raízes em Escolas antigas de Iniciação.

Regressando ao nosso tema, ligado aos selos, no fundo aos Correios, Instituições de enorme valor não só socioeconómico, como na comunicação, mas ainda no sector cultural.

Falaremos sobre isto em futuro trabalho. 

 

 

 

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Selo emitido na antiga URSS, em 1989, ligado à Semana Internacional da Carta- CORREIOS. 

Sem esta Instituição como podiam circular as cartas, levando as mais diversas mensagens, umas de amor, outras de dor, outras sobre negócios, etc, etc, agora, tendo, um sério concorrente, o correio electrónico. Mas, nada substitui uma carta, um postal ilustrado, selado e timbrado.

No caso, num selo com 3 cores, a branca, o azul e o vermelho, além do preto.

Vemos as duas faces da Terra por onde as cartas circulam, no fundo, por toda a parte, desde os centros mais populacionais até à recôndita casa no fundo de um vale ou no cimo de uma montanha.

Também as cartas e o símbolo dos Correios e ainda a ROSA, um símbolo do amor, da ligação entre as pessoas e os povos, tão profundamente ligado ao nosso inconsciente e até ao subconsciente. 

Emissão de Wallis et Futuna, ilhas situadas no Oceano Pacífico, em 1974, sob o tema: CENTENÁRIO DA UPU – UNIÃO POSTAL INTERNACIONAL.

Maravilhosa composição artística com diversas mensagens, mais ou menos simbólicas. A mão do carteiro ou de cada qual sai de uma rosa como que levando a luz e a amizade numa carta; e todo o conjunto está alicerçado nas raízes que unem à nossa Escola, que é a Terra. 

 

 

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Um conjunto original, emitido pelos Correios da Bulgária, em 1968, sob o tema: COOPERAÇÃO COM A ESCANDINÁVIA.

De um lado a Rosa e no outro os Cisnes, uma ave, símbolo do Iniciado, que voa pelos ares, como debaixo de água, tudo atravessando, como o correio, unidos por uma ponte fraterna.

Estamos perante vários símbolos, mais ou menos míticos, derramando as mensagens do amor para religar, para estabelecer pontes entre as pessoas, os povos.

Bloco emitido pela Argentina, com carimbo de 2 de Dezembro de 1972, da bela cidade de Córdoba, ligado ao Dia Mundial da Saúde, dedicado às doenças cardiovasculares.

 

 

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Tanto no selo emitido, como no bloco, surgem a rosa e o coração, religando o amor ao órgão vital, melhor ainda pode ligar a pureza, simbolizada na rosa, à prevenção das doenças, como na sua cura. 

 

FDC emitido pelos Correios da França, em 1970, ligado ao tema: JORNADA MUNDIAL DA LUTA CONTRA O CANCRO.

Apenas foi emitido este selo, cujo valor é enorme, na sua simbologia, como na finalidade: angariação de fundos na luta contra esta doença.

Trabalho de Mestre Decaris, cooperação de Jean Munier, sob a dinâmica da Liga Nacional Francesa contra o cancro.

Esta doença que está ligada a muitos factores, alguns deles no nosso passado, em destino maduro, como disse Paracelso, causas Kármicas,

Entre elas abusos em determinados alimentos como no uso da energia sagrada, regida pela Luz, que rege o Signo Câncer.

Que fique bem claro, é uma doença grave que está afectando cada vez mais, e ninguém diga que desta água não beberei, porque jamais devemos julgar seja quem for, mas a todos amar e ajudar, porque todos temos defeitos e se apontamos um dedo para alguém, estão logo 3 a apontar para nós.

Este FDC comunica muito, o selo com duas partes, uma pessoa sadia em que a rosa floresce e outra cheia de ramificações secas.

Os nossos profundos votos de que todos os irmãos e irmãs que estão lutando com esta doença, consigam vencê-la, com a ajuda dos médicos, dos enfermeiros, de todos quantos trabalham para bem da saúde, e com o auxílio do Grande Médico, Deus, que é Amor.

Que as Rosas floresçam na Vossa Cruz, são os nossos sinceros votos. 
 

 

 

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Mais um bloco ligado à Organização Mundial da Saúde, emitido pelo Togo, em 1966, sob o tema: Inauguração da Sede da OMS em Genebra.

De novo um ramo de rosas, ligando todos nós, no amor que todos devemos ter entre si, e mais ainda com os irmãos enfermos.

Cristo não nos deu uma das missões, mais nobres: curai os enfermos. 

Embora existam muitos outros selos que encerram símbolos e mitos, alguns deles surgirão nos capítulos seguintes; a maioria terá de ficar na reserva. 

A escolha é sempre uma tarefa ingrata, mas ela teve de ser feita. 

Tudo o que é demais pode ser prejudicial, é preciso espaço, como cada qual, quando o tema se torna extenso, pouco liga ou nada…