Ensinamentos Intemporais e Universais da Escola Rosacruz
A rosa que a tua visão externa contempla
Floriu em Deus desde sempre.
Angelus Silesius
(1624-1677)
A rosa, como símbolo mítico, místico e esotérico, está unida às diversas culturas desde tempos imemoriais. Também o seu nome comunica Luz, e Amor, em muitos idiomas, antigos e modernos.
Quanto ao símbolo da Rosacruz surge com Lázaro, S. João Evangelista, Christian Rosenkreuz, reencarnação de Hirão Abiff. Ao libertar-se da morte, por meio da iniciação, viu que o malhete estava transformado na CRUZ e que o disco se tinha convertido numa ROSA, de acordo com os ensinamentos de Max Heindel, na sua obra Maçonaria e Catolicismo.
É também neste trabalho que ele nos informa que não era maçom, no sentido usado vulgarmente, mas que o era, no corpo e na alma. Contudo, a sua posição não estava eivada de fanatismos e que tinha em conta os méritos da Igreja Católica. Os maçons, como os católicos são nossos irmãos, pelo que jamais menosprezaremos os seus pontos de vista, apenas usamos a arma do espírito: a razão.
Max Heindel, no início da sua magistral obra O Conceito Rosacruz do Cosmo, afirma, no seu Credo ou Cristo, que todas as religiões são dádivas abençoadas por Deus e que o Espírito Universal veio a todas as igrejas e não apenas a uma. O Amor de Cristo não está confinado por credos, mas envolve e abraça toda a Humanidade, seja qual for o nome que a Ele ou a nós mesmos, dermos. E logo a seguir em UMA PALAVRA AO SÁBIO, lembra-nos que este trabalho não é infalível e que o que nele é afirmado deve ser aceite ou não pelo leitor, segundo o seu próprio critério.
Face ao exposto, qual deve ser a nossa atitude perante as opiniões dos outros? Qual deve ser o nosso ponto de vista acerca dos mistérios da vida e da morte? Como devemos proceder no nosso dia-a-dia?
É ele mesmo que nos lembra: Servir com Amor e Humildade, é o caminho mais curto para a libertação, para obter a sabedoria.
Max Heindel é um Mestre, por isso, ensinou e guiou, indo à frente, iluminando com a sua luz potente, graças ao exemplo da sua vida, em que jamais deu nas vistas, mas tudo semeou com imensa humildade, compaixão, e sabedoria.
Tendo Cristo como Ideal, viveu os Seus ensinamentos, transmitiu-os, com a clareza de um Ego avançado, dando à Humanidade a luz que estava encerrada nas alegorias e nas parábolas que Ele comunicava às multidões, enquanto, omniscientemente, transmitia carne, o saber profundo, aos seus discípulos e discípulas, na certeza que estes não iriam aplicá-lo de modo egoísta ou para sua glória.
E fê-lo, seguindo os ideais dos Rosacruzes, do cristianismo esotérico, desejando a Luz para dar aos que sofrem, aos seus irmãos e irmãs que ardentemente aspiram a Luz Pura.
Ao lermos as doutas palavras do rosacruz Coménio que todo o que não deseja realmente que toda a Humanidade esteja bem, está injuriando a própria Humanidade, recorda-nos as palavras que Max Heindel deu ao Mestre, quando Ele lhe surgiu, dizendo que lhe dava a Luz que tanto pedia, com a condição de não transmiti-la; ao que MH recusou, porque o seu amor a toda a Humanidade era enorme, o seu Ideal era Cristo e o Mestre dos Mestres tinha ensinado que não se devia colocar a Luz sob o alqueire, mas que fosse posta no candelabro e a todos alumiasse.
Se lermos as diversas obras de Max Heindel encontramos muitos ensinamentos que alguns Rosacruzes tinham escrito em Suas obras. E isso confirma mais ainda que eles estão em sintonia com os dos Irmãos Maiores.
Coménio foi o primeiro ser humano a defender a igualdade de direitos entre as mulheres e os homens, na educação e não só; isso mesmo vemos em Max Heindel que vai mais longe, afirmando que, enquanto tal não suceder, não haverá harmonia, nem real progresso.
Tal como Max Heindel esclarece que jamais se deve interromper a vida, mesmo que o feto tenha sérios problemas, também Coménio defende que todos os seres humanos, sejam cegos, mudos ou surdos ou tenham outra insuficiência dos órgãos, devem participar na educação, lembrando além do que a história nos relata muitos casos em que cegos de nascença se tornaram grandes músicos, tal como surdos, grandes pintores ou escultores e assim por diante.
Tal como Salomão, que reencarnou em Jesus, conseguiu com a sua sabedoria e amor que todos, então, em seus domínios, vivessem sem temor algum, cada qual debaixo da sua videira ou da sua figueira, também Coménio lembrou este estado de coisas, evitando litígios sobre o que pertence a cada qual, devendo ser ensinado a que cada qual fosse rico, cada um segundo as suas necessidades; como Max Heindel desejou uma sociedade em que cada qual assim vivesse, em Fraternidade Universal.
O objectivo de Coménio é que cada pessoa vivesse, não na miséria, mas na abundância, no sentido de possuir o que precisa; mas não a avareza, o egoísmo, pois aquele a quem não lhe baste Deus e a Sua virtude, nada lhe chega, está sempre desejando mais e mais.
Em ambos, vemos o conselho de aprender, sempre e sempre, seja em que idade se estiver; Coménio lembra ainda que essa realidade de educação permanente vai continuar na Universidade Celeste, depois de nascermos para os planos menos densos.
Consciente dos efeitos nefastos dos maus exemplos, do mau uso da comunicação social, ao transmitir as notícias, carregadas de ódio, e outros sentimentos inferiores, Max Heindel alerta para a necessidade de comunicar o que é Belo, de procurar o Bem em tudo, como o meio mais eficaz de contribuir para a criação de uma melhor civilização, de se criar a Harmonia Universal. No fundo, este arauto da Idade do Aquário está lembrando os elevados ensinamentos esotéricos de Cristo.
Em ambos, os conselhos pedagógicos que jamais se deve usar a força física para educar; bater só contribui para elevar os sentimentos inferiores em cada qual.
Por tudo isso, alerta Max Heindel, em sua obra Temas Rosacruzes, Volume II, que nenhuma pessoa inteligente limita o trabalho de outra pessoa, mas antes se deve procurar o conhecimento em diversas faces prismáticas e a partir daí, torná-lo próprio, usando-o de forma criadora, com originalidade, pois, como lembrou Coménio, plagiar não tem valor algum.
É nosso dever, criar algo de novo, usar a Epigénese, sem o que o Ego não avança, nem os povos progridem.
E como ou avançamos ou retrogradamos, a escolha é nossa, a responsabilidade é de cada qual.
Isso implica o recto uso da nossa capacidade de observar, de discernir entre o bem e o mal.
Como Max Heindel esclarece, sabiamente, se isso fosse obtido por meio da coacção externa, sem poder escolher, sem usar a sua prerrogativa de livre-arbítrio, jamais seriamos um deus em evolução, mas um autómato.
Neste caso, agimos como um “ yes man”; “Sim, senhor”; “Si, señor”; “ ja, herr”; “ Oui, monsieur”; “Sì, signore”etc.
Actuando, deste modo, seremos cristãos rosacrucianos?
Que cada qual responda.
Por outro lado, Max Heindel aconselhou a cooperar em trabalho de grupo, SEM LÍDERES, com a finalidade de cada Ego saber agir, voluntariamente, sem medo algum, para bem de toda Humanidade e para glória de Deus, alimentando o Cristo Interno, rumo à libertação, por meio do serviço amoroso.
Temos aqui alguns dados, muitos outros existem nas obras dos diversos rosacruzes, desde Paracelso até Goethe, de Dante a Luís de Camões; de Cervantes a Bacon; de Shakespeare a Leonardo da Vinci; de Coménio a Robert Fludd, como, em algumas de rosacrucianos dos séculos XX e XXI, temos pontos relevantes para todos nós.
Entre eles, a bela rosa, humildade, sem a qual não podemos criar bons alicerces para o nosso templo eterno; o integral respeito pela liberdade de expressão e de opinião de cada pessoa, como dos seus credos; actividade altruísta, firme e doce, incentivando o trabalho em grupo; reconhecer as nossas limitações como seres humanos, consciente de que, se até os deuses erram, como nos afirmou Max Heindel a propósito da origem dos cometas, muito mais nós estamos sujeitos a errar, porque jamais devemos julgar os outros, mas fazer devidamente o nosso exame de consciência, à noite, trabalhar para a criação da Fraternidade Universal, tanto mais que a Fraternidade Rosacruz de Max Heindel, criada em 1909, tem, como finalidade educar com amor para a vivência dos ideais de Fraternidade da Idade de Aquário, jamais afirmando que as outras escolas de ocultismo não servem, pois sete caminhos conduzem à libertação.
Todavia, nesta dinâmica, evitemos andar a ziguezaguear, mas concentremo-nos num só caminho.
Com perseverança, vivamos estes ideais, sendo livres e libertadores, sem medos, mas com amor, o melhor remédio para os vencer, cultivando as sete virtudes, simbolizadas nas sete rosas sobre a cruz do símbolo da nossa Escola, nas 12 Casas da Vida, cultivemos os grãos que existem em cada uma, de modo a cozer alquimicamente o pão anímico e, no mais curto espaço de tempo, tecer o traje nupcial e emitir a palavra criadora, da alvinitente rosa.
Mais uma vez reconhecemos que tudo se resume ao Amor Puro, que tudo dá e nada espera, que é humilde e sábio. Ele é o bálsamo para a dor, a fonte para matar a sede; o cimo da montanha donde avistamos a verdade em seus diversos prismas.
- Delmar Domingos de Carvalho
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