FRANCISCO MARQUES RODRIGUES,
O Paracelso Lusitano
por Delmar Domingos de Carvalho
Francisco Marques Rodrigues, em foto publicada em 1977
I PARTE
Paracelso consagrou toda a sua vida
à difusão da ciência médica,
à alquimia e
à filosofia dos rosacruzes.
F.M.R.
Revista Rosacruz, nº 250
Face à vida e obra que conhecemos de Francisco Marques Rodrigues podemos e devemos afirmar que este Mestre e grande Amigo foi o Paracelso Lusitano.
Se concebemos a Biografia sobre o Rosacruz Paracelso, recentemente editada, em honra de Max Heindel, dedicando-a ao Primeiro Centenário da Fraternidade Rosacruz com o seu nome, se neste trabalho focamos algo sobre FMR, uma das razões reside no facto do valor real que este nobre médico possuía, na sua maravilhosa obra em prol dos doentes, nas suas curas extraordinárias que só um grande sábio e um nobre cristão rosacruciano teria capacidade para ser um Canal do Grande Médico, Deus.
Recebemos alguns ensinamentos sobre Paracelso graças a Francisco Marques Rodrigues, como adquirimos uma obra de Paracelso, em espanhol, a seu conselho, como assinámos o Anuário Americano Bucheli, edição da Editorial Kier, Buenos Aires, Argentina, onde, no número de 1970, foi publicado diversos dados valiosos sobre Paracelso que, mais tarde, viria a confirmá-los nas suas diversas obras que adquirimos numa Livraria de Lausanne, Suiça, em 1993, no ano dos 500 anos da data do nascimento de Paracelso.
Tudo isso, aliado ao profundo sofrimento porque tinha passado, que me levou até à Fraternidade Rosacruz de Max Heindel, mais precisamente a Francisco Marques Rodrigues, que, em sua profunda sabedoria, aliada a um amor elevado, puro, de um verdadeiro seguidor de Cristo no seu mandamento: Curai os enfermos, me ajudou a libertar-me de um forte destino maduro.
Em suma: tudo contribuía para que me dedicasse ao estudo e investigação da vida e da obra de Paracelso, porque ele tinha tido grande influência na formação científica de FMR.
Entretanto, no número 242/243, de 1965, de Revista Rosacruz, de que FMR era Director, Proprietário, Editor e Administrador, tendo, como Sede, a sua casa, na Rua de S. José, 39, 1º- Lisboa 2 – Portugal, o nosso Mestre insere relatos sobre a sua viagem cultural e espiritual a diversas cidades europeias, entre elas, destacamos Salzburgo, na Áustria.
Foi um relato que lemos e relemos, especialmente, os que são dedicados a estas duas cidades já mencionadas.
Também é um dos números que guardámos, enquanto a maioria das revistas emprestámos e demos a pessoas que pediam assistência espiritual ou que tinham mente aberta, daí que quase nada possuímos dos tempos áureos em que era seu director. Porque fotocopiámos alguns temas como o relacionado com Luís de Camões e a Filosofia Rosacruz, de sua autoria, e ainda bem, assim, está em nosso poder esse trabalho digno de ser editado em livro.
Nesse relato, FMR diz sobre Salzburgo:
De Munique fomos à Áustria, belo país que percorremos quase de uma ponta à outra, colhendo da terra e dos seus habitantes as mais gratas impressões. Mas a mais grata de todas foi a que tivemos junto do mausoléu de Paracelso, médico, alquimista, astrólogo e rosacruciano do mais alto quilate, à entrada da Igreja de São Sebastião, na pitoresca e antiquíssima cidade de SALZBURGO.
Paracelso, filho do Dr. Wilhelm von Hohenhiem, também médico e alquimista, da Fraternidade Rosacruz, foi duas vezes grande: uma na arte de curar, pois curava as mais difíceis e estranhas doenças; e como estudioso da Astrologia, pois ele foi de uma profundidade incalculável neste ramo da ciência espiritual, e por esta razão teve grandes amigos e admiradores, e grandes inimigos e detractores, como sempre acontece às pessoas que possuem algum valor. E ele possuía imenso valor.
Mas, não falaremos hoje mais de Paracelso, que tanta influência teve em nossa formação científico-espiritual.
No túmulo de mármore, incorporado na parede da Igreja de S. Sebastião, à esquerda de quem entra, junto da saída para o antigo cemitério abandonado, nada mais está que os ossos desse Homem que ficou famoso na História, como médico e como rosacruciano. Portanto, Paracelso não está ali. Mas, não obstante, algo de muito estranho e de sublime se passou. Sentimos tanta felicidade naquele sítio, que, se mais não houvesse em toda a nossa longa viagem, daríamos por excelentemente bem empregado o tempo e os sacrifícios que tivemos de suportar para ir até lá! Tal como sucedeu no laboratório dos alquimistas, que visitámos no Museu alemão das Ciências e das Técnicas, não temos palavras que possam exprimir o que se passou e nos deu tanta felicidade!
Seta indicativa do Monumento em honra de Paracelso.
Foto de D.D.C. em 1991.
Placa informativa da Igreja de S. Sebastião, Salzburgo.
Foto de D.D.C. 1991.
Túmulo de mármore, incorporado na Igreja de S. Sebastião.
Foto de D.D.C. 1991.
A pitoresca e antiquíssima cidade de Salzburgo.
Foto de D.D.C. em 1991.
FRANCISCO MARQUES RODRIGUES,
O PARACELSO LUSITANO
II PARTE
Como discípulo de FMR, logo que nos foi possível, fomos até este local; por vários motivos, entre eles, obter documentos, imagens, etc, para as comemorações dos 500 anos do nascimento de Paracelso.
Evidentemente, as nossas experiências foram diferentes, a distância que nos separa, em termos evolutivos, é grande.
Contudo, naquele local nos lembrámos não só de FMR, como da vida e obra de Paracelso. Podemos dizer que foi muito positiva a nossa ida até este local.
Voltámos ainda, em 1993, para obter mais dados.
Outra nota que o nosso grande amigo FMR focou na revista Rosacruz, neste caso, no número 250, no começo do seu trabalho sobre Luís de Camões e a Filosofia Rosacruz, ao referir-se a Paracelso, lembra que além de médico, foi professor de medicina e seu reformador e Membro Ilustre da Ordem Rosacruz. Viajou muito através da Europa e permaneceu algum tempo nos países onde a Ordem Rosacruz tinha membros, ensinando medicina nas escolas da especialidade.
…Paracelso, nas suas longas viagens, também esteve em Lisboa, donde se conclui que nesta cidade a Ordem Rosacruz tinha membros.
Quando começámos a nossa investigação para obter mais elementos sobre a vida e obra do Lutero da Medicina, tínhamos o dever de seguir FMR neste campo, como em outros, eis que tivemos o ensejo de conseguir dados preciosos, existentes na Biblioteca da Universidade de Medicina de Zurique, onde está o mapa das suas viagens, como foca algumas datas.
Entre as diversas fontes que investigámos, e que nos mereceram maior idoneidade, apontam para o ano de 1518, a data em que esteve na cidade de Lisboa.
Aqui deixou sementes que germinaram nas obras de Gil Vicente, em Pedro Nunes e noutros, como aprendeu com os colegas do Oriente, narrado nesses documentos já focados.
No fundo Francisco Marques Rodrigues conhecia muito bem a vida e a obra de Paracelso e segui-o na sua grandiosa tarefa de ajudar os que sofrem.
Estudou Medicina, mas não concluiu o curso; contudo, nos nossos contactos podemos concluir que a sua sabedoria nesta área, como noutras, era de nível muito superior, exercida com muito amor e humildade.
Tal como
Paracelso sabia profundamente astrologia, não só para ser aplicada no auxílio
dos que sofrem, como noutras áreas, desde a melhor data para casamento, para o
início duma construção, duma viagem, etc.
O nosso curso de astrologia foi tirado por intermédio da Sede Mundial, em espanhol, pois não havia em português. Uns anos mais tarde, mudámos para o sector francês.
Só que o curso de astrologia que, uns anos depois, FMR começou a administrar era muito mais profundo, claro, produto de muita intuição, de muita investigação e estudo. Temos pena de apenas, com ele, termos feito as primeiras lições, estávamos no Alentejo e por motivos diversos, não concluímos o curso dado por FMR.
Mas, ao fixarmo-nos em Bombarral, permitiu mais visitas e mais contactos, como mais aulas, conselhos que eram dados com uma sabedoria que jamais vimos. Cada conselho que FMR dava era o que cada pessoa necessitava! Isso sucedeu nesta área da astrologia.
Neste domínio, na medida em que os filhos iam nascendo, imediatamente fazia o levantamento do horóscopo e a sua interpretação. Ainda hoje, muitos dos conselhos que escrevemos são fontes de orientação para cada um deles.
Acontece que, quando nasceu o mais novo, Miguel Ângelo, fomos ter com o Mestre, procurando os seus sábios conselhos, especialmente, sobre a profissão ou profissões ideais.
Ainda hoje, recordamos as suas doutas palavras de quem sabia ser Mestre, libertar o aluno da muleta, do apoio.
Olhou para o mapa e com o seu sorriso de amor e de bondade: o nome está bem escolhido! Sabe, Delmar, os nomes não são dados por acaso, aliás este não existe.
Quanto à profissão: algo que esteja ligado ao elemento terra.
Respondemos: mas isso, é algo muito vago! Insistiu: com o elemento terra. Retorquimos: escultura? Resposta: com o elemento terra.
Estava dando a pista, e ao mesmo tempo a dizer-nos tens obrigação de por ti, veres o que será a ideal que pode ser mais do que uma.
Enquanto os dos filhos mais velhos, as escolhas foram claras e acertadas, com o nosso amigo Miguel Ângelo apenas lhe disse: olha que o curso que desejas não tem a ajuda da Lua, etc.
Bem tirou esse. A decisão era também dele e, no caso, como tem Saturno com diversos aspectos em fricção, tal como o pai, lembrámos das sábias análises de Elman Bacher, no Volume II, Estudios de Astrologia, em que, nesse caso, ele afirma, na página 48, …a pessoa nesta situação está muito adiantada no ciclo; aprendeu muito, mas ainda lhe falta aprender em diversas áreas. A pessoa, neste caso, é uma “alma velha”.
Na realidade, ele o é. Tem numerosas capacidades para diversas artes e ofícios, incluindo sabe mais sobre a filosofia rosacruz do que muitos com cursos nesta área.
Mais tarde, este nosso querido filho, um amigo de FMR, como os outros filhos, começa a cursar arqueologia, com um enorme entusiasmo, só que tal como o pai, o Mão Dura, como lhe chamou Elman Bacher não lhe permitiu acabá-lo, porque outros deveres tiveram prioridade.
Aqui estava, afinal, a profissão ligada ao elemento terra, que é para ele a grande paixão: escavar e descobrir os mistérios do passado registados nesse elemento e não só.
Graças a FMR temos as tabelas das Horas Planetárias relacionadas com Lisboa, por ele feitas, com uma perfeição que só FMR era capaz, e que nos tem sido um meio poderoso de enorme ajuda.
Num belo dia, tivemos de fazer uma viagem por motivo de força maior a qual foi cheia de obstáculos. Fomos ver, tínhamos saído a uma hora de Saturno e ainda por cima num Sábado e Lua, em Capricórnio.
Por meio dessas horas, FMR aconselhava, no fundo seguindo Paracelso.
Tal como este rosacruz, FMR tinha como ideal: Cristo.
Seguiu-O como um grande discípulo, digno de ouvir as palavras do Mestre dos Mestres: Meu amigo.
Neste momento estamos lembrando uma conversa em que ele nos diz: estamos proibidos, não há revista, nem recebemos correspondência da Sede, nem já do Paraguay, donde ainda chegámos a receber lições, por intermédio dos nossos queridos irmãos do Centro de Paraguay, então com o caro Irmão Helios J. Canessa, como presidente, estamos escrevendo, baseado na memória. Depois vinha por intermédio da Bélgica, mas os Serviços secretos deste país tudo censuravam; aliás foi o único no mundo Ocidental que passou por esta dolorosa prova! Como estávamos a dizer: estamos bloqueados, mas há um Serviço que continuarei, custe o que custar, é o Serviço Devocional.
O seu enorme amor pelos que sofriam, era mais alto, como o foi com Paracelso que, por muito ter amado e ajudado, foi perseguido, etc.
Do registo do nosso computador interno, veio da placa da memória, um momento interessante.
Um dia em que estávamos conversando com FMR, demos muito trabalho, ele por meio duma lupa ia analisando a nossa letra escrita com tinta fluida e concluiu: o Delmar está melhor; o seu corpo vital está sendo restaurado, caminho para a recuperação do corpo físico. E assim foi.
Costumava ir até às Termas das Caldas da Rainha. Também aqui as pessoas iam visitá-lo para receber a sua ajuda e não só, também para agradecer e estar um pouco com uma grande alma, dele sim, uma ALMA VELHA, em relação a todos nós.
Por isso,
não tinha descanso.
De noite, como Auxiliar Invisível, ajudava mais que muitos o faziam de dia. Quem como ele cumpria os seus deveres, quem como ele já tinha várias vidas de serviço amoroso, é lógico, que reunia e reúne condições especiais para cumprir essa nobre missão, como outras.
Contudo,
também aqui o lema era seguir Cristo: fazer com a direita sem que a esquerda o
soubesse.
Eis as tabelas feitas por FMR para o mês de Janeiro, em que surgem as horas planetárias, tão magistralmente usadas por Paracelso, desde a obtenção das plantas, como os trabalhos alquímicos para curar os enfermos, consoante fosse a doença.
Ficamos por aqui, apenas alguns dados que comprovam a nossa afirmação: Francisco Marques Rodrigues é o Paracelso Lusitano.
Como seu
aluno, o nosso obrigado, daí termos conseguido organizar com a ajuda de diversas
entidades as Comemorações dos 500 anos de Paracelso, no Bombarral, a única
localidade que o fez.
NOTA EXTRA:
Um dos assinantes, entre mais de mil, graças ao trabalho de FMR, dado que, antes, eram uns 200, da Revista Rosacruz, foi o nosso tio Manuel Domingues de Carvalho, residente, em Santos, Brasil.
Juntamos um recibo, dado que a assinatura era paga por nós, com muito gosto e mais ainda como dever de gratidão.
É que no período em que a Fraternidade Rosacruz em Portugal esteve proibida, houve a necessidade de obter alguns Conceitos para os novos estudantes. E como consegui-los?
Um dia, dissemos ao nosso querido amigo FMR que havia essa hipótese, por meio do nosso tio, assinante, e assim foi.
Graças à ajuda dos Irmãos Maiores ele os enviou e chegaram a bom porto.
Perguntámos quanto era? Nada.
Era, assim esse nobre tio Manoel Domingues de Carvalho, um espiritualista.
Segue um recibo, este já datado do ano 1977, quando tinha terminado a noite escura.
Apenas serve como documento que tem a sua história, não por vaidade ou que mereça algum agradecimento.
Nem pensar.
Agradecimentos, sim, temos nós o dever para com
FMR.
-
Delmar Domingos de
Carvalho
" Eu sou a luz do mundo;
quem me segue, de modo algum andará em trevas,
mas terá a luz da vida."
João 8:12
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