Nota do editor: Podemos apreender neste capítulo uma visão histórica e antropológica impregnada de evolucionismo cultural, rejeitado pela antropologia de nosso tempo, mas em voga no pensamento do século XIX e início do século XX - do positivismo de Comte à teosofia de Blavatsky. O relativismo de nossos tempos encara as diferenças raciais como traços diferenciais, e não como superioridade ou inferioridade. Isto não invalida esta obra como um todo, mas nos obriga a mantermos com ela uma relação crítica e consciente, jamais considerando que o nome do autor seja automaticamente um atestado de correção a qualquer declaração feita.Convém lembrar a própria advertência feita pelo autor no início desta obra: "O Conceito Rosacruz do Cosmos não é dogmático nem apela para qualquer autoridade que não seja a própria razão do estudante. (...) Dizer que esta exposição é infalível seria o mesmo que pretender que o autor fosse onisciente, quando até os próprios Irmãos Maiores nos dizem que, eles mesmos enganam-se às vezes nos juízos que fazem. Assim, está fora de qualquer discussão um livro que queira proferir a última palavra sobre o mistério do mundo, e é intenção do autor desta obra apresentar apenas os ensinamentos mais elementares dos Rosacruzes.(...) O autor tem plena consciência da responsabilidade em que incorre quem, bem ou mal, guia intencionalmente a outrem, desejando ele precaver-se contra tal contingência e também prevenir aos outros para que não venham a errar.(...) O que nesta obra se afirma deve ser aceito ou rejeitado pelo leitor segundo o seu próprio critério.(...) Entretanto, tendo-se esforçado o possível para sugerir as idéias verdadeiras, considera-se também na obrigação de defender-se da possibilidade de a obra vir a ser considerada como uma exposição literal dos ensinamentos Rosacruzes. Sem esta recomendação este trabalho teria mais valor para alguns estudantes, mas isto não seria justo nem para a Fraternidade nem para o leitor. Poder-se-ia manifestar certa tendência para atribuir à Fraternidade a responsabilidade dos erros que neste trabalho, como em toda obra humana, possam ocorrer. Daí a razão desta advertência." “Max Heindel afirma que "A Fraternidade está acima das diferenças raciais e se esforça por unir a todos pelo laço do amor." e recomenda que as pessoas pratiquem a Irmandade Universal nunca mencionando ou reconhecendo diferenças de nacionalidade, porque todos somos um em Cristo. Urge a que olhemos mais além das formas diferenciadas que cegam e não deixam ver a inalienável unidade de cada alma com os demais, e a esquecer o aspecto às vezes pouco atraente de nosso próximo e a buscar a essência divina oculta dentro de cada um. Max Heindel acrescenta que enquanto permaneça atado por laços familiares, nacionais, ou tribais, a pessoa está respondendo ao sangue antigo, às velhas maneiras, que não se podem amalgamar com a Irmandade Universal. Esta só poderá se materializarr quando as pessoas se casem internacionalmente, porque quando existem tantas nações a forma de uní-las é por meio do matrimônio internacional. Que possamos esforçar-nos para alcançar os objetivos da Era de Aquário tal como Max Heindel delineou-nos." - Elsa M. Glover, PhD. A Filosofia Rosacruz não é dogmática, racista ou nacionalista. Busca a evolução da essência espiritual do ser humano, que não tem sexo, raça, religião ou nacionalidade. A Fraternidade Rosacruz considera ultrapassado o ponto de vista das lideranças raciais. A cultura da humanidade se tornou globalizada. Poucos seres humanos vivem isoladamente , o processo de globalização da cultura acelerou-se logaritmicamente. A experiência evolutiva de um indivíduo entre o nascimento e a morte no plano físico não é tanto determinada pela identidade racial. O fator prevalente da qualidade da experiência é o território.. Quando o espírito, ou essência espiritual do ser humano, retorna à Terra para o seu próximo renascimento ou reencarnação, em cerca de mil anos, estará mais interessado na topografia do nosso ambiente, mar, montanhas, deserto, rios, contribuição aos processos culturais, etc, que propriamente na cor de pele que poderia portar. A Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial (1965), ratificada por 167 Estados, incluindo o Brasil (em 1968), reconhece que a discriminação “significa toda distinção, exclusão, restrição ou preferência que tenha por objeto ou resultado prejudicar ou anular o exercício, em igualdade de condições, dos direitos humanos e liberdades fundamentais nos campos político, econômico, social, cultural e civil ou em qualquer outro campo, logo, a discriminação significa sempre desigualdade. (...) A discriminação ocorre quando somos tratados como iguais em situações diferentes, e como diferentes em situações iguais. (...) O combate à discriminação é medida fundamental para que se garanta o pleno exercício dos direitos civis e políticos, como também dos direitos sociais, econômicos e culturais”. No entanto, essas medidas, de caráter punitivo, não são suficientes para a implementação do direito a igualdade. “Isto é, para assegurar a igualdade não basta apenas proibir a discriminação, mediante legislação repressiva. São essenciais as estratégias promocionais capazes de estimular a inserção e inclusão de grupos socialmente vulneráveis nos espaços sociais.”
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