Ciência e Religião

Elsa M. Glover, PhD.


 XIV.   O  ÁLCOOL

 

Os cientistas materialistas observam que o álcool ingerido é absorvido pelo sangue através da parede do estômago e do intestino. Desse modo, é levado a todo o corpo. O álcool atua como depressor do cérebro e do sistema nervoso. Uma pequena quantidade de álcool afeta a área do cérebro encarregada da formação de juízos, da coordenação motora, do autocontrole e da memória. O indivíduo se sente, então, menos inibido e pode dizer ou fazer coisas que ordinariamente não faria se seu juízo não estivesse alterado. Ao se consumir álcool, sofrem a coordenação muscular e os seus reflexos, aparece a sonolência, pode diminuir a freqüência cardíaca e pode ser afetada a respiração. O fígado metaboliza a maior parte do álcool no corpo. Realiza-se aí um processo químico, a oxidação, por meio do qual sua energia é liberada como calor. Parte do álcool se oxida ou queima nos pulmões e outra parte se elimina pelo suor e pela urina. Se só se consumiu uma pequena quantidade de álcool, ao se liberar dele, o corpo aparenta retornar à normalidade.

            Quando se consomem quantidades apreciáveis de álcool durante um certo tempo, certos efeitos se tornam evidentes. O álcool é especialmente daninho para o citoplasma das células sensíveis do sistema nervoso.  Em um primeiro momento, o álcool altera o funcionamento dessas células e, mais tarde, danifica permanentemente os tecidos. As células perdem seu aspecto normal e, finalmente, certas estruturas se decompõem. Nessa fase, as células não são recuperáveis. Constitui um sério problema perder grandes quantidades de células nervosas não substituíveis. Sobrevém, então, a perda de memória, a alteração do raciocínio, a confusão e a desorientação. O álcool também danifica as células nervosas no estômago e, por conseguinte, pode alterar a capacidade estomacal de misturar e passar ao intestino seu conteúdo.  O álcool relaxa os músculos e os debilita, reduzindo sua capacidade de trabalho. Com o tempo, tornam-se flácidos. Quando o músculo cardíaco é afetado, a circulação piora. O resultado é a fadiga e a dispnéia. O álcool pode produzir a destruição das células do fígado (cirrose), pode danificar a mucosa gástrica e causar sua ulceração, pode provocar a degeneração renal de modo que os produtos que deveriam ser eliminados ficam retidos, enquanto a albumina perde-se pela urina.

Os clarividentes podem dar informações adicionais sobre os efeitos da ingestão de álcool. Podem ver o homem constituído de um corpo denso (formado por átomos) e de um corpo vital que contém "pontos" os quais penetram os centros ocos dos átomos físicos e os impregnam de força vital, que os faz vibrar a uma freqüência maior do que a do mineral terrestre que não foi acelerada do mesmo modo. Normalmente, quando a comida ingerida é assimilada, as partículas dos alimentos se situam sobre os pontos do corpo vital e sua freqüência vibratória se harmoniza com a do resto do corpo. O álcool vibra com tal intensidade, que o espírito humano é incapaz de atenuá-la ou controlá-la. O álcool atua como um anestésico e expulsa parcialmente o corpo vital. Depois, acelera a freqüência vibratória dos átomos corporais até sua própria freqüência. Assim, o álcool retira do homem o controle de seu corpo.

            O clarividente destaca dois órgãos no corpo chamados de glândulas pituitária e pineal, que foram utilizadas pelo homem no passado como órgãos sensoriais nos mundos espirituais. Sem dúvida, o consumo de álcool adormeceu tais órgãos, de maneira que não podem mais desempenhar sua função anterior. A percepção humana devia ser afastada temporariamente dos mundos espirituais, no curso da evolução, de modo que pudesse desenvolver mais consciência de si mesma e dirigir sua atenção à solução dos problemas relativos à existência física. Não obstante, quando o homem estiver preparado para fixar novamente sua atenção na vida espiritual, o consumo de álcool deverá ser abandonado antes que as glândulas pituitária e pineal possam ser reativadas

            Foram feitas duas afirmações sobre o álcool aparentemente contraditórias. Afirmou-se que o álcool tende a acelerar a freqüência vibratória dos átomos do corpo e que uma freqüência vibratória acelerada está, em geral, associada a uma consciência mais elevada e mais espiritual. Igualmente se afirmou que o álcool adormeceu as glândulas pituitária e pineal, de forma que não podem atuar como órgãos de percepção nos mundos espirituais e, desse modo, o álcool afastou nossa consciência dos mundos espirituais. A relação entre as duas frases pode ser compreendida por meio de uma analogia. Imaginemos que alguém capturasse um pássaro, prendesse suas asas com uma cinta e o lançasse para o alto. Mesmo que subisse de início, o resultado final seria que o pássaro cairia ao solo. Semelhantemente, o álcool impede que a pessoa atinja estados de consciência elevados, embora possa induzi-la a sonhos de grandeza, de um ponto de vista terreno. Do mesmo modo que um pássaro lançado para o alto, mas com as asas presas, perde o controle de seu vôo, assim perde o homem seu autocontrole quando se serve do álcool para elevar a freqüência vibratória de seu corpo.

Para os cientistas materialistas é difícil explicar porque o álcool provoca  dependência. Tudo o que podem dizer sobre isso é que, nas pessoas que bebem, as células do organismo mudam seu metabolismo de forma que se tornam dependentes do álcool. O clarividente Max Heindel afirma que não é o corpo denso que anseia por álcool. O corpo denso se intoxica com o álcool e poderia viver muito bem sem ele. Protesta em vão de diferentes maneiras, mas o corpo de desejos da pessoa que bebe anseia pela bebida e força o corpo denso a tomá-la, de modo que o corpo de desejos possa obter a sensação de prazer resultante de uma vibração aumentada.

Deve uma pessoa beber álcool? A resposta será diferente para pessoas diferentes. Se uma pessoa necessita que sua consciência seja enfocada mais intensamente no mundo material, então a ingestão ocasional de pequenas quantidades de álcool pode ser apropriada. Tal pessoa deveria, sem dúvida, ser cuidadosa para não prejudicar ela mesma ou  outras pessoas, sob a influência do álcool, ao conduzir um veículo, manejar uma máquina potencialmente perigosa ou forçar outros a obedecer seus desejos. Se, por outro lado, a pessoa já começou a trilhar o caminho que conduz à iluminação espiritual, deve então se abster completamente do álcool em todas as suas formas.

 

Cap. XV: A Comunicação

 

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