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Centro Autorizado do Rio de Janeiro

CARTA N 93

Agosto de 1918

A FORÇA INTERNA E A RESPONSABILIDADE QUE A ACOMPANHA

Há muitos anos passei algumas semanas numa fazenda, no estado de Maine, na época em que estavam colhendo batatas. Conforme os vagões passavam, pude notar que todas as batatas eram grandes e de tamanho quase igual. Por esta razão, felicitei o agricultor por ter uma colheita de batatas tão grande e de tão boa aparência. Ele encaminhou-se para um vagão e mostrou-me o fundo deste que estava cheio de batatas pequenas. Disse-me que não as tinha arrumado assim no campo, mas, com o rodar do carro até o celeiro, as batatas pequenas escorregavam para baixo, enquanto as maiores vinham para cima. “Mesmo que ponha as grandes no fundo, estas subirão, enquanto que as pequenas descerão”, disse-me ele.

Não acontece assim na vida real? As pessoas determinadas, de caráter forte e excelentes qualidades sobem às mais elevadas posições através dos caminhos acidentados da vida. “Um pessoa brilhante não se mantém na obscuridade”, dia um velho ditado. Essa pessoa destacar-se-á e subirá na vida a despeito de todos os contratempos, em virtude da sua força interna. Da mesma forma, este se verá sempre obrigado a descer em virtude da falta dessa força própria. Podemos construir uma casa tão alta quanto quisermos e levanta-la sobre as outras construções se dispusermos de material e mão de obra suficiente, mas o crescimento do homem vem de dentro e ninguém pode acrescentar quase nada à estatura de outro, seja física, moral ou mental. Cada um deve trabalhar para sua própria salvação e determinar se permanecerá em níveis inferiores ou superiores.

O agricultor observou que, quando os carros andavam por um caminho liso, as batatas continuavam misturadas; mas, quanto mais acidentado fosse o caminho, tanto mais rapidamente as batatas grandes subiam para o cimo do monte e as pequenas desciam para o fundo. Nos grandes problemas da vida, grandes oportunidades esperam aqueles que estão dispostos a assumir responsabilidades e a pôr-se à frente dos desafios.

Estamos vivendo uma época semelhante, e se desejamos elevar-nos, temos agora a nossa maior oportunidade. O mundo inteiro está interrogando e procurando uma resposta para o mistério da vida; inquirindo para onde está navegando o barco da humanidade. E nós temos a resposta. Sobre nós recai a responsabilidade de viver os Ensinamentos dos Irmãos Maiores e, através das nossas vidas exemplares, fazer que eles sejam adotados por outros. Muitos dos nossos irmãos estão transmitindo os Ensinamentos dos Irmãos Maiores, iluminado os que estão dispostos a ser ensinados. Nós também seremos interrogados pelos que buscam esses conhecimentos. Procuremos diligentemente estas oportunidades, pois, “há quem muito é dado, muito será exigido”.

Permito-me sugerir aos estudantes que agora é o momento de, tanto quanto nos for possível, expor o “Conceito Rosacruz do Cosmos” e outros livros da nossa literatura, não só nas livrarias e bibliotecas de suas próprias cidades, como também nos lugares que sejam acessíveis e possam ser usados para isso. Se muitas pessoas pedirem os nossos livros, ainda que o livreiro ou o bibliotecário não conheçam nada acerca do seu conteúdo, o pedido constante de um determinado livro irá forçá-los a toma conhecimento dele. Não há dúvida que os Ensinamentos da Fraternidade têm dentro de si uma força interna que pode conquistar um lugar de destaque no mundo, mas nós adquiriremos o nosso mérito na proporção em que levarmos estes ensinamentos dos Irmãos Maiores ao conhecimento da humanidade. Agora é a época das férias e uma estação especialmente propícia para a difusão da nossa filosofia. Façamos um esforço extra nesta ocasião. Isto beneficiará outros e a nós também.

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