Regeneração: Propósito da Evolução
Maria Lázara Franzini
- De uma exposição na Fraternidade Rosacruz - Sede Central do Brasil
Toda a humanidade, a fim de atingir a meta da evolução está caminhando a fim de retomar o Caminho perdido.
O nosso processo evolutivo tem por objetivo levar-nos da inconsciência, para a consciência, ou ainda, levar-nos a estados de consciência cada vez mais sutis e elevados.
Para conseguir esse propósito o Espírito vai adquirindo corpos físicos de diferentes estados de cristalização, trabalhando neles e com eles, até que estes sirvam de propósito para adquirir experiências para o Espírito, e abandonando-os quando esse propósito não se realiza.
Esse fato ocorre naturalmente em toda a natureza. Há morte e renascimento constante em toda espécie de vida. São os períodos de manifestação e retração.
Com relação a onda de vida humana, alguns espíritos são capazes de estruturar ou de planejar meios de avaliação de suas experiências num processo muito mais rápido, do que a grande maioria. Diz-se que esses espíritos são pioneiros. Em uma linguagem bíblica: “que tomarão o Céu por assalto”
O propósito dos Ensinamentos Rosacruzes é investigar e oferecer meios de reencontrar o Caminho, ou seja meios de Regeneração independentes do processo de renascimentos. (Conhecimento direto)
O processo de regeneração nada mais é do que a resposta aos constantes anseios do Eu Interior .
Esse processo tem início quando decidimos utilizar todas as nossas energias vitais (A Vida - que é dádiva do Mundo do Espírito de Vida) a favor do Espírito. (vide Maçonaria e Catolicismo -cap. A Pedra Filosofal, o que é e como é feita.)
Podemos destacar como passos principais do processo de reencontro do Eu Superior dentro de um treinamento organizado chamado esotérico como é o da Fraternidade Rosacruz os seguintes: Concentração, Meditação, Observação, Discernimento, Contemplação, Adoração.
A prática da Filosofia Rosacruz a fim de percorrermos esses passos com segurança é a vivência da pureza e do serviço amoroso e desinteressado a humanidade, pois somente a auto-negação, ou aquele que entrega-se a si mesmo realiza um ato de doação tríplice: dá ao que necessita, a si mesmo (para a formação do Corpo Alma) e a Cristo, como lemos no poema: “Visão de Sir Launfal, de Lowel, (vide Conceito Rosacruz do Cosmos, Cap. O Homem e o Método de Evolução - Primeiro Céu)
A ética de dar, produzindo uma lição espiritual sobre aquele que dá, foi descrita de forma belíssima em "Visão de Sir Launfal", de Lowell. O jovem e ambicioso cavaleiro, Sir Launfal, envergando brilhante armadura e vestido com luxuosas roupas, parte do seu castelo em busca do "Santo Graal". No seu escudo resplandece a cruz, o símbolo da benignidade e ternura do Nosso Salvador, o Ser amoroso e humilde, mas o coração do cavaleiro está repleto de orgulho e desdém para com os pobres e necessitados. Ele encontra um leproso mendigando e com um gesto de desdém atira-lhe uma moeda, como se atirasse um osso a um cão faminto. Porém... O leproso não ergueu o ouro do pó:
"Melhor para mim é a côdea de pão que o pobre me dá, e melhor sua mão que me abençoará, ainda que de mãos vazias de sua porta me deva afastar. As esmolas que só com as mãos ofertadas, não são as verdadeiras. Inúteis são o ouro e as riquezas dadas apenas como um dever a cumprir. A mão, porém, não consegue a esmola abarcar, quando vem daquele que reparte o pouco que tem, que dá o que não é possível visualizar. - esse fio de beleza que tudo sabe unir, que tudo sustenta, penetra e mantém - O coração ansioso e estende a mão quando Deus acompanha a doação, alimentando a alma faminta, que sucumbia só, na escuridão".
Ao regressar, Sir Launfal encontra seu castelo ocupado por outro, sendo impedido de nele entrar.
Já velho, claudicante e alquebrado, da busca do Santo Graal, ele voltou pouco lhe importando o que para trás deixou. Não mais luzia a cruz sobra seu manto mas fundo em sua alma a marca ficou: a divisa do pobre e seu triste pranto.
De novo encontra o leproso que, outra vez, lhe pede uma esmola. Mas o cavaleiro agora responde de outro modo. E Sir Launfal lhe disse:
"Vejo em ti a imagem d'Aquele que na cruz morreu. Tu tens a coroa de espinhos de quem padeceu, muitos escárnios tens também sofrido e o desprezo do mundo hás sentido. As feridas em tua vida não faltaram nos pés, nas mãos, no corpo, elas te machucaram. Filho da clemente Maria, reconhece quem eu sou e vê que, através do pobre, é a Ti que eu dou."
Um olhar aos olhos do leproso trazem-lhe recordações e reconhecimento, e Seu coração era si cinza e pó. Ele partiu em duas, sua única côdea de pio, ele quebrou o gelo da beira do c6rrego e ao leproso deu de comer e beber pela mio. Uma transformação, enfim, teve lugar: Não mais o leproso ao seu lado se curvava Mas, à frente dele, glorioso se levantava. E a Voz, ainda mais doce que o silêncio:
"Vê, Sou Eu, não temas! Na busca do Santo Graal, em muitos lugares Gastaste tua vida, sem nada lucrares. Olha! Ei-lo aqui: o cálice que acabaste de encher com a límpida água do regato que Me deste de beber. Esta côdea de pio é Meu corpo que foi para ti partido. Esta água é Meu sangue que na cruz para ti foi vertido. A Santa Cela é mantida, na verdade, por tudo que ajudamos o outro em sua necessidade. Pois a dádiva, só tem valor Quando com ela vem o doador e a três pessoas ela alimenta assim: ao faminto, a si própria e a Mim."
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No caminho para a regeneração, tanto os de temperamento devocional – os místicos - como os intelectuais – ocultistas – têm os seus momentos de crise e provas mais intensas.
A saída para esses momentos está na manutenção constante de uma mente aberta (sermos como crianças) - a fim de não nos cristalizarmos - e do desenvolvimento da compaixão pelos demais – para não cairmos nas “garras” do egoísmo.
Este é um resumo da palestra realizada na Fraternidade Rosacruz – Sede Central do Brasil por Maria Lázara. Dúvidas, comentários e sugestões de temas podem ser enviados diretamente ao expositor mlazara@terra.com.br ou à Fraternidade Rosacruz: rosacruz@christianrosenkreuz.org.br
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