O MISTÉRIO DO GÓLGOTA
Durante os últimos 2.000 anos, muito se tem escrito sobre o "sangue purificador". O sangue de Cristo tem sido exaltado nos púlpitos como o soberano remédio do pecado, como o único meio de salvação e redenção.
Se, de acordo com as Lei do Renascimento e de Conseqüência, os seres evolucionados colhem do que têm semeado e, por outro lado, o impulso evolutivo está constantemente elevando a humanidade até alcançar a perfeição, onde está a necessidade de redenção ou de salvação? E, ainda que essa necessidade existisse, como pode a morte de um indivíduo ajudar os outros? Não seria mais nobre cada um sofrer as conseqüências dos próprios atos do que escapar-se atrás do outro?
Eis algumas objeções à doutrina da redenção dos pecados por meio da substituição e da redenção pelo sangue de Cristo-Jesus. Iremos dar-lhes resposta antes de demonstrar a lógica e a harmonia existente na Lei de Conseqüência e na expiação de Cristo.
Em primeiro lugar, é absolutamente certo que o impulso evolutivo tem em vista levar todos os seres à suprema perfeição. Contudo, alguns estão ficando para trás. Atualmente, estamos ultrapassando o extremo ponto de materialidade e passando através das dezesseis raças. Ao percorrer os "dezesseis caminhos de destruição", estamos em grave perigo de atrasar-nos, muito mais do que em qualquer outro momento da jornada evolutiva.
Considerando em abstrato, o tempo nada é. Certo número de entidades pode ficar tão atrasado que tenha de ser abandonado. E prosseguirá sua evolução em outro plano evolutivo, onde possa continuar sua jornada para a perfeição. Todavia, originalmente, essa evolução não foi projetada para elas. É razoável supor que as exaltadas Inteligências encarregadas da nossa evolução empreguem todos os meios para vitoriosamente conduzir as entidades a seu cargo, tantas quanto lhes seja possível.
Na evolução ordinária, as leis do Renascimento e de Conseqüência são perfeitamente adequados para conduzir à perfeição a maior parte da onda de vida, mas, no caso dos atrasados das várias raças que têm ficado para trás, não são suficientes. Durante o estado de individualização, o pináculo da separatividade ilusória, toda a humanidade necessita de ajuda extra, mas os atrasados necessitam ainda de um auxílio especial.
Para conferir esse auxílio especial, a fim de redimi-los, foi preparada a missão de Cristo. Ele disse que tinha vindo buscar e salvar os que estavam perdidos. Abriu o caminho da Iniciação para todos os que quisessem alcançá-lo.
Os que levantam objeções à doutrina da expiação dizem: é covardia esconder-se atrás de outrem; cada homem deve assumir as conseqüências dos próprios atos.
Consideremos o seguinte caso. As águas dos Grandes Lagos afluem ao rio Niágara. Este enorme volume de água corre rapidamente para as cataratas, sobre um leito coberto de rochas, numa extensão de vinte milhas. Se uma pessoa vai além de certo ponto e não perde a vida nos redemoinhos vertiginosos, perdê-la-á indubitavelmente ao cair na catarata.
Suponhamos que um homem, cheio de piedade pelas vítimas da corrente, resolvesse colocar uma corda sobre a catarata, ainda que soubesse serem tais as condições que não poderia depois escapar com vida. Apesar disso, de seu próprio gosto e livremente, sacrifica sua vida e coloca a corda, modificando o estado de coisas primitivo. As vítimas abandonadas podem agarrar-se à corda e salvar-se.
Que pensaríamos de uma homem que, tendo caído na água devido à sua falta de cuidado e estivesse lutando furiosamente contra a corrente, exclamasse: "Como? Salvar-me e procurar ao castigo que a minha falta de cuidado merece? Amparar-me no sacrifício de quem sofreu sem culpa alguma e deu sua vida para que outros pudessem salvar-se? Não, nunca! Isso não seria digno de "homem"! Assumirei as conseqüências dos meus erros"!
Não concordaríamos que esse homem deveria estar louco?
Nem todos necessitam de salvação. Cristo sabia que um grande número não necessitaria salvar-se dessa maneira. Porém, tão certo como noventa e nove por cento se deixa conduzir pelas leis do Renascimento e de Conseqüência e por essa forma alcança a perfeição, assim os "pecadores" se submergiram tanto na corrente do materialismo que não lhe poderiam fugir sem aquela ajuda. Cristo veio para trazer paz e boa vontade a todos, e para salvar esses pecadores elevando-se ao ponto necessário de espiritualidade, produzindo uma modificação em seus corpos de desejos que tornará mais forte a influência do Espírito de Vida em seu coração.
Os irmãos menores de Cristo, ou Arcanjos, tinham trabalhado, como Espíritos de Raça, no corpo de desejos do homem. Sua obra foi efetuada de fora. Era uma força solar espiritual refletida através da Lua, tal como a luz lunar é o reflexo da luz solar. Mas Cristo, o Maior dos Iniciados dos espíritos solares, influenciou nossos corpos de desejos de dentro ao entrar diretamente no corpo denso da Terra, trazendo consigo a força solar direta.
Se o homem encarasse o Sol durante muito tempo ficaria cego, porque as vibrações da luz solar são tão fortes que destruiriam a retina do olho. Mas pode olhar sem temor a Lua, porque tem vibrações muito mais fracas. A Lua absorve as vibrações fortes do Sol e reflete as restantes sobre nós.
O mesmo acontece com os impulsos espirituais que ajudam a evolução do homem. A Terra foi arrojada do Sol porque a humanidade não podia suportar seus tremendos impulsos físicos e espirituais. Apesar de encontrar-se a tão grande distância do Sol, o impulso espiritual seria ainda demasiado forte se não fosse enviado primeiramente à Lua para que Jeová, o Regente da Lua, o empregasse em benefício do homem. Certo número de Arcanjos, (espíritos solares comuns) seguiram com Jeová, como auxiliares, para refletirem esses impulsos espirituais do Sol sobre a humanidade da Terra, em forma de religiões de Jeová ou de raça.
O veículo inferior dos Arcanjos é o corpo de desejos. Nosso corpo de desejos foi obtido no Período Lunar, que tinha Jeová como Iniciado mais elevado. Portanto, Jeová pode tratar do corpo de desejos do homem. O veículo inferior de Jeová é o Espírito Humano (veja-se o diagrama 14) e sua contraparte é o corpo de desejos. Os Arcanjos são seus auxiliares e têm o poder de administrar as forças espirituais do Sol. Trabalham e preparam a humanidade até chegar o tempo em que receba os impulsos espirituais diretamente do Sol, sem intervenção da Lua. Cristo, o Iniciado mais elevado do Período Solar, tem a seu cargo a tarefa de enviar esse impulso. Jeová, ao refleti-lo, preparou a Terra e a humanidade para a admissão direta de Cristo.
A expressão "preparou a Terra" significa que toda evolução num planeta é acompanhado pela evolução do próprio planeta. Se algum observador, localizado em alguma estrela distante e dotado de visão espiritual, tivesse contemplado a evolução da Terra, teria notado uma mudança gradual em seu corpo de desejos.
Sob a antiga dispensação, o corpo de desejos humano era aperfeiçoado por meio da lei. Ainda é desse modo que a maioria se prepara para a vida superior.
A Vida Superior (Iniciação) só tem início quando começa o trabalho no corpo vital. O meio empregado para pô-lo em atividade é o Amor ou, melhor dito, o Altruísmo. Tem-se abusado tanto da primeira palavra, amor, que já não sugere o significado aqui requerido.
Durante a antiga dispensação, o caminho da Iniciação não estava aberto para todos, e, sim para uns poucos. Os Hierofantes dos Mistérios escolhiam certo número de famílias. Eram levadas ao Templo, postas à parte das demais e guardavam rigorosamente certos ritos e cerimônias. Seus casamentos e relações sexuais eram regulados pelos Hierofantes.
Disso resultou uma raça que tinha o grau apropriado para separar o corpo vital do denso e o poder de despertar o corpo de desejos, durante o sono, do seu estado de letargia. Deste modo, alguns foram postos em condições para a Iniciação, dando-se-lhes oportunidades que não podiam ser concedidas a todos. Como exemplo, entre os Judeus, encontramos a tribo de Levi, escolhida para prestar serviços no Templo. Entre os hindus, a única classe sacerdotal é a casta dos Brâmanes.
A missão de Cristo, além de salvar os que estavam perdidos, foi tornar possível a Iniciação para todos. Jesus surgiu do povo comum, não foi um levita, classe para quem era uma herança o sacerdócio. Ainda que não surgisse de uma classe de instrutores, seus ensinamentos foram superiores aos de Moisés.
Cristo-Jesus não negou Moisés, nem a Lei, nem os profetas. Pelo contrário, confirmando-os, demonstrou ao povo que eles, ao indicarem Aquele que deveria vir, foram seus predecessores. Disse ao povo que tais coisas já tinham servido aos seus propósitos e que, para o futuro, o Amor deveria suceder à lei.
Cristo-Jesus foi morto. Relativamente à sua morte, há uma diferença fundamental e suprema entre Ele e os antigos instrutores, em que se manifestaram os Espírito de Raça. Tais instrutores morriam e deviam renascer uma e outra vez, para ajudar os seus povos no cumprimento de seu destino. Moisés, em quem se manifestou o Arcanjo Miguel (o Espírito de Raça dos Judeus) foi conduzido ao Monte Nebo, onde deveria morrer. Moisés renasceu como Elias, e Elias voltou como João Batista. Buda morreu e renasceu como Shankaracharya. Shri Krishna disse: "onde quer que decai Dharma... e... surge uma exaltação de Adharma, então Eu mesmo venho para proteger o bem e destruir os que fazem o mal, para salvaguardar o firme restabelecimento de Dharma. Eu nasço de tempos a tempos".
Quando chegou a morte, o rosto de Moisés brilhou e o corpo de Buda iluminou-se. Todos eles tinham chegado ao estado em que o espírito começa a brilhar de dentro e, então morreram.
Cristo-Jesus chegou a esse estado no Monte da Transfiguração. É sumamente significativo que Seu trabalho real teve lugar depois desse acontecimento. Ele sofreu, foi morto e ressuscitou.
Ser morto é mui diferente de morrer. O sangue, que tinha sido o veículo do Espírito de Raça, devia fluir e ser purificado de toda influência contaminadora. O amor ao pai e à mãe, com exclusão de todos os demais pais e mães, devia ser abandonado. De outra maneira, a Fraternidade Universal e o Amor altruísta que a todos abarca não poderiam jamais converter-se em fatos reais.
O SANGUE PURIFICADOR
Quando o Salvador, Cristo-Jesus, foi crucificado, seu corpo foi ferido em cinco lugares, nos cinco centros por onde fluem as correntes do corpo vital. A pressão da coroa de espinhos produziu um fluxo no sexto centro também. (Isto é um vislumbre para os que já conhecem essas correntes. Uma explicação ampla não pode, por enquanto, ser dada publicamente).
Quando o sangue fluiu desses centros, o grande Espírito Solar, Cristo, libertou-se do veículo físico de Jesus. Encontrando-se na Terra com Seus veículos individuais, compenetrou os veículos planetários, já existentes e, num abrir e fechar de olhos, difundiu Seu próprio corpo de desejos pelo planeta, o que permitiu, dai para diante, trabalhar sobre a Terra e sobre a humanidade, de dentro.
Naquele momento, uma poderosa onda de luz espiritual solar inundou a Terra. O véu do Templo rompeu-se, o véu que o Espírito de Raça tinha colocado ante o Templo, para resguardá-lo de todos, menos dos poucos escolhidos. Desde aquele tempo, o caminho da Iniciação ficou aberto para quem nele queira entrar. Subitamente, como um relâmpago, essa onda transformou as condições da Terra no que diz respeito aos Mundos Espirituais. As condições densas e concretas, obviamente, são afetadas muitos mais lentamente.
Como toda vibração rápida e intensíssima de luz, o brilho fulgurante dessa grande onda de claridade cegou o povo. Por isso diz-se que "o Sol se obscureceu". O acontecido foi precisamente o oposto: o Sol não se tornou obscuro. Ao contrário: brilhava com glorioso esplendor. Foi o excesso de luz que ofuscou o povo. Quando a Terra absorveu o corpo de desejos do brilhante Espírito Solar, a vibração baixou a uma intensidade mais normal.
A expressão "o sangue purificador de Cristo-Jesus" significa que o sangue que flui no Calvário está ligado ao Grande Espírito Solar, Cristo. Por esse meio, assegurou sua admissão na própria Terra e, desde aquele momento, é seu Regente. Difundiu seu próprio corpo de desejos por todo o planeta, purificando-o de todas as baixas influências desenvolvidas sob o regime do Espírito de Raça.
Sob a Lei, todos pecavam e, mais ainda, não podiam ser ajudados. Não se tinham desenvolvido até o ponto de poderem agir com retidão, por Amor. Era tão forte a natureza de desejos que se tornava impossível dirigi-la. As dívidas contraídas sob a Lei de Conseqüência tinham tomado proporções colossais. A evolução ter-se-ia demorado terrivelmente e muitos perderiam nossa onda de vida se não fossem ajudados.
Por tais motivos, Cristo veio para "buscar e salvar os que estavam perdidos". Limpou os pecados do mundo com o seu sangue purificador, o que lhe permitiu entrar na Terra e na humanidade. A Ele, ao fazer essa purificação, devemos a possibilidade de atrair para os nossos corpos de desejos matéria emocional mais pura do que antes. Ele continua trabalhando para ajudar-nos, tornando o ambiente que nos rodeia cada vez mais puro.
Que isto se efetuou e continua realizando-se à custa de um grande sofrimento para Ele, é coisa que ninguém pode duvidar se for capaz de formar a mínima idéia das limitações suportadas por esse Grande Espírito ao entrar nas restritivas condições da existência física. A sua atual limitação como Regente da Terra não é menos dolorosa. Certamente, Ele é também regente do Sol, pelo que só parcialmente fica confinado à Terra. Contudo, as limitações produzidas pelas lentíssimas vibrações do nosso planeta denso devem ser quase insuportáveis.
Se Cristo-Jesus não ressurgisse ter-lhe-ia sido impossível executar Sua obra. Os cristãos têm um Salvador ressuscitado, Alguém que está sempre presente para ajudar os que invoquem o Seu Nome. Tendo sofrido em tudo como nós e conhecendo plenamente todas as nossas necessidades, é o lenitivo para todos os nossos erros e fracassos enquanto continuarmos lutando e procurando viver uma boa vida. Devemos ter sempre presente que o único verdadeiro fracasso é deixar de lutar.
Depois da morte do corpo denso de Cristo-Jesus, os átomos-sementes foram devolvidos a seu primitivo dono, Jesus de Nazaré que, algum tempo depois, funcionando temporariamente em um corpo vital que construíra, instruiu o núcleo da nova fé formado por Cristo. Jesus de Nazaré, desde aquele tempo, tem conservado a direção das lojas esotéricas ou sociedades secretas, existentes em toda a Europa.
Em vários países, os Cavaleiros da Távola Redonda eram altos Iniciados dos Mistérios da Nova Dispensação. Os Cavaleiros do Graal, a quem foi confiado o cálice de José de Arimatéa, que tinha sido empregado por Cristo-Jesus na Última Ceia, foram também altos Iniciados desses Mistérios. A estes foram entregues também a lança que feriu o peito do Salvador e o receptáculo que recolheu o sangue da ferida.
O Druidas da Irlanda e os Trottes do Norte da Rússia constituíram também escolas esotéricas, nas quais trabalhou Jesus na chamada "Idade Média". Na Idade Média, ainda que bárbara, fluía o impulso espiritual. Do ponto de vista oculto, era, em realidade, uma "Idade Brilhante", comparada com o crescente materialismo dos últimos trezentos anos que, se aumentou imensamente os conhecimentos físicos, por outro lado quase extinguiu a Luz do Espírito.
Diagrama - "COMO EM CIMA, ASSIM É EMBAIXO"
Os relatos do Santo Graal, dos Cavaleiros da Távola Redonda, etc. são considerados como superstições, visto ser olhado como indigno de ser acreditado o que não pode ser demonstrado materialmente. Gloriosas como são, as descobertas da ciência moderna foram adquiridas ao elevado preço do aniquilamento da intuição espiritual. Do ponto de vista superior, nunca amanheceram dias tão tenebrosos como os atuais.
Os Irmãos Maiores, Jesus entre Eles, têm lutado e lutam por equilibrar essa poderosa influência que, semelhante aos olhos da serpente, obriga o passarinho a cair em suas fauces. Cada tentativa para iluminar o povo e para nele despertar o desejo de cultivar o lado espiritual da vida é uma evidência da atividade dos Irmão Maiores.
Possam seus esforços ser coroados de êxito e apressar o dia em que a ciência moderna, espiritualizada, encaminhe as investigações sobre a matéria, do ponto de vista do espírito. Então, e não antes, compreenderemos e conheceremos verdadeiramente o mundo.
Capítulo XVI - DESENVOLVIMENTO FUTURO E INICIAÇÃO
Os Sete Dias da Criação
Ao Período Terrestre os Rosacruzes chamam Marte-Mercúrio. Os grandes Dias da Manifestação Criadora, pelos quais têm passado e passarão os Espíritos Virginais em sua peregrinação através da matéria, deram nome aos dias da semana.
Dia |
Correspondente ao |
Regido por |
Sábado |
Período de Saturno |
Saturnoå |
Domingo |
Período Solar |
Solà |
Segunda-feira |
Período Lunar |
Luaé |
Terça-feira |
Primeira metade do Período Terrestre |
Marteã |
Quarta-feira |
Segunda metade do Período Terrestre |
Mercúrioá |
Quinta-feira |
Período de Júpiter |
Júpiterä |
Sexta-feira |
Período de Vênus |
Vênusâ |
O Período de Vulcano é o último Período do nosso plano evolutivo. A quinta-essência de todos os períodos precedentes é extraída por recapitulação, espiral após espiral. Nenhum novo trabalho é feito até a última Revolução, do último Globo, na Sétima Época. Portanto, pode-se dizer, o Período de Vulcano corresponde à semana, que inclui todos os sete dias.
Está bem fundamentada a afirmação dos astrólogos de que os dias da semana são regidos pelo planeta particular que indicam. Os antigos estavam familiarizados com esses conhecimentos ocultos, como demonstram suas mitologias, onde os nomes dos deuses eram associados aos dias da semana. Saturday (sábado) é simplesmente, o dia de Saturno; Sunday (domingo) está relacionado com o Sol, e Monday (segunda-feira) relaciona-se com a Lua. Os latinos chamavam à terça-feira "Dies Martis", o que mostra claramente sua relação com Marte, o deus da guerra. O nome Tuesday (terça-feira) deriva de "Tirdag","Tir ou Tyr", o nome do deus escandinavo da guerra. Wednesday (quarta-feira) era Wotensdag de Wotan, também um deus do norte; os latinos denominavam-no "Dies Mercurii", demonstrando assim sua relação com Mercúrio, conforme indicamos em nossa lista.
Thursday ou Thorsdag, (quinta-feira) chamava-se assim porque "Thor" era o deus do trovão, e os latinos denominavam-no "Dies Jovis", com o dia do deus do trovão "Jove" ou Júpiter.
Friday (sexta-feira) era assim chamado porque a deusa do norte que encarnava a beleza chamava-se "Freya". Por análogas razões, os latinos chamavam-no "Dies Veneris", o dia de Vênus.
Esses nomes dos períodos nada têm a ver com os planetas físicos. Referem-se às encarnações passadas, presente e futuras da Terra. Como no dizer do axioma hermético, "assim como é em cima, é em baixo", o macrocosmo tem suas encarnações como as tem o homem, o microcosmo.
A ciência oculta diz que há 777 encarnações, o que não quer significar que a Terra sofra 777 metamorfoses. Significa que a vida evolucionante faz:
7 Revoluções em torno dos
7 Globos dos
7 Períodos Mundiais
Esta peregrinação involutiva e evolutiva, e o caminho reto da Iniciação, estão simbolizados no Caduceu ou "Cetro de Mercúrio" (veja o diagrama 15). É assim chamado porque esse símbolo oculto indica o caminho da Iniciação, aberto unicamente desde o principio da metade mercurial do Período Terrestre. Alguns Mistérios Menores foram dados aos primitivos lemurianos e atlantes, mas não as Quatro Grandes Iniciações.
A serpente negra do diagrama 15 indica o caminho cíclico e tortuoso da Involução, e compreende os Período de Saturno, Solar, Lunar e a metade marciana do Período Terrestre. Durante esse intervalo, a vida evolucionante construiu seus veículos, mas só adquiriu plena e clara consciência do mundo externo na última parte da Época Atlante.
A serpente branca representa o caminho que seguirá a humanidade através da metade mercurial do Período Terrestre e dos Períodos de Júpiter, de Vênus e de Vulcano. A consciência humana expandir-se-á durante esta peregrinação, até alcançar a onisciência, a Inteligência Criadora. Enquanto a grande maioria dos homens segue o caminho serpenteante, o Cetro de Mercúrio em que se enrolam as serpentes mostra o "estreito e reto caminho", o Caminho da Iniciação. Os que por ele viajam, realizam em poucas vidas o que requer milhões de anos para a maioria da humanidade.
Não é possível fazer qualquer descrição das cerimônias iniciáticas. O primeiro voto do Iniciado é o do silêncio. Contudo, ainda que o relato fosse permitido, não teria maior importância. Para nós, basta indicar os resultados de tais cerimônias para ter uma visão geral do caminho evolutivo. Em síntese, a Iniciação dá ao aspirante espiritual uma oportunidade de desenvolver em curto tempo, por meio de um exercitamento mui severo, suas faculdades e poderes superiores. Por ela se alcança a expansão da consciência que toda a humanidade possuirá num futuro distante. A grande maioria só a conseguirá seguindo o lento processo da evolução ordinária. Podemos conhecer os estados de consciência e os poderes correspondentes alcançados pelo candidato que passa através das sucessivas grandes Iniciações. Já demos alguns vislumbres. Outros mais podem ser deduzidos pela lei de correspondências de modo a poderem dar-nos uma visão de conjunto da evolução que nos espera e da magnitude dos grandes graus iniciáticos. Nessa finalidade, talvez possa ajudar-nos a contemplação do passado e dos graus de consciência por que passou a humanidade nos períodos precedentes.
Recordemos que, durante o Período de Saturno, o estado de inconsciência do homem era semelhante ao do corpo denso submergido em transe profundo. No Período Solar, esta consciência foi sucedida pela consciência do sono sem sonhos.
No Período Lunar obteve-se o primeiro vislumbre da atual consciência de vigília. Era uma consciência pictória interna das coisas externas, uma representação interna dos objetos, das cores e dos sons externos. Por último, na segunda parte da Época Atlante, essa consciência imaginativa deu lugar à consciência plena de vigília atual, em que os objetos podem ser observados fora, distintos e definidos. Quando obteve essa consciência objetiva, o homem percebeu a realidade do mundo exterior e, pela primeira vez, vislumbrou a diferença entre si, o "eu" e os outros. O homem compreendeu que era separado e, desde então, a consciência do "eu", o egoísmo, predomina. Anteriormente, não havia pensamentos nem idéias sobre esse mundo externo, pelo que não existia também memória dos acontecimentos.
A mudança da consciência pictória interna para a consciência objetiva e do eu, foi efetuada muito lentamente, em gradação proporcional à sua magnitude, desde a permanência no Globo C, na terceira Revolução do Período Lunar, até a última parte da Época Atlante.
Durante esse tempo, antes de atingir o estado humano, a onda evolucionante passou através de quatro grandes estados de desenvolvimento analogamente ao animal. Esses quatro graus passados correspondem aos quatro graus que ainda teremos de passar, bem como às quatro grandes Iniciações.
Dentro desses quatro estados de consciência já passados há treze graus. Do estado atual do homem até a última das Grandes Iniciações há treze iniciações: os nove graus dos Mistérios Menores e as quatro Grandes Iniciações.
Uma divisão similar existe na Forma dos animais atuais. Como a forma é a expressão da vida, cada grau de desenvolvimento desta, corresponde necessariamente a um desenvolvimento de consciência.
Primeiramente, Cuvier dividiu o reino animal em quatro classes primárias mas não soube dividir essas classes em subclasses. O embriologista Karl Ernest Von Baers, o Prof. Agassiz e outros cientistas classificam o reino animal em animal em quatro divisões primárias e treze subdivisões, como a seguir:
I - RADIADOS |
1 - Pólipos
(anêmonas marinhas, corais). |
|
II - MOLUSCOS |
4 - Acéfalos (ostras,
etc.). |
|
III - ARTICULADOS |
7 - Vermes. |
|
IV - VERTEBRADOS |
10 - Peixes. |
As primeiras três divisões correspondem às três Revoluções da metade mercurial do Período Terrestre e suas noves subdivisões correspondem aos nove graus de Mistérios Menores, que serão alcançados pela humanidade quando tenha chegado à metade da última revolução do Período Terrestre.
A quarta divisão na lista do Reino Animal mais avançado, tem quatro subdivisões: peixes, réptis, aves e mamíferos. Os graus de consciência indicados correspondem a estados análogos de desenvolvimento que alcançará a humanidade respectivamente ao final dos Períodos Terrestre, de Júpiter, de Vênus, e de Vulcano, mas que o aspirante pode obter atualmente por meio da Iniciação. A primeira das Grandes Iniciações produz o estado de consciência que alcançará a humanidade ordinária no final do Período Terrestre; a segunda, o estado que alcançará no final do Período de Júpiter; a terceira, a extensão de consciência que se alcançará ao finalizar o Período de Vênus; e a quarta dá ao iniciado o poder e a onisciência que alcançará a humanidade no final do Período de Vulcano.
A consciência objetiva, com a qual obtemos conhecimento do mundo exterior, depende do que percebemos pelos sentidos. A isto chamamos "real". Em contradição aos nossos pensamentos e idéias que nos chegam através da consciência interna, a realidade não se apresenta da mesma forma que se nos apresenta um livro, uma mesa, ou qualquer objeto visível ou tangível no espaço. Parecem nebulosos e irreais e, por isso, falamos deles como "meros" pensamentos, ou "simples" idéias. Todavia, as idéias e os pensamentos atuais têm pela frente uma evolução anterior: estão destinados a tornarem-se tão reais, claros e tangíveis como qualquer objeto do mundo externo que percebemos por meio dos sentidos físicos. Quando pensamos num objeto ou numa cor, o objeto ou cor apresentados pela memória à nossa consciência interna parecem-nos obscuros, sombrios, comparados com as próprias coisas sobre as quais pensamos.
No Período de Júpiter produzir-se-á uma mudança marcante. Voltarão as imagens internas, como de sonho, do Período Lunar, mas estarão sujeitas à vontade do pensador e não serão meras reproduções dos objetos exteriores. Será uma combinação das imagens internas do Período Lunar com os pensamentos e idéias desenvolvidas conscientemente durante o Período Terrestre, isto é, será uma Consciência pictória consciente de si. Quando um homem do Período de Júpiter disser "vermelho" ou expressar o nome de um objeto, apresentar-se-á à sua visão interna uma reprodução exata e clara do tom particular de vermelho em que esteja pensando ou do objeto de que esteja falando, reprodução essa que será também visível para o interlocutor. Não haverá mal-entendidos quanto ao que pretende significar pelas palavras emitidas por que os pensamentos e idéias serão visíveis e vivos. A hipocrisia e a adulação serão completamente eliminadas, os homens ver-se-ão exatamente como serão. Haverá bons e maus, mas as duas qualidades não se encontrarão mescladas na mesma pessoa. Haverá homens perfeitamente bons e homens completamente malvados, e um dos problemas mais sérios daquele tempo será a maneira de agir com estes últimos. Os Maniqueus, uma Ordem de espiritualidade ainda superior à dos Rosacruzes, estão atualmente estudando esse problema. Pode-se obter uma idéia antecipada dessas condições num curto resumo da sua lenda. (Todas as ordens místicas têm uma lenda simbólica enunciadora dos seus ideais e aspirações).
A lenda dos Maniqueus diz que há dois reinos: o dos Luminosos e o dos Sombrios. Este últimos atacam os primeiros e são derrotados. Devem se castigados, mas como os Luminosos são perfeitamente bons (os Sombrios completamente maus) não podem infligir-lhes nenhum mal, pelo que os castigam fazendo-lhes o Bem. Para isso, uma parte do reino dos Luminosos se incorpora ao dos Sombrios e, desta maneira, com o tempo, o mal é transmutado. O ódio não será dominado pelo ódio; há de sucumbir ante o Amor.
Durante o Período Lunar, as imagens internas eram a expressão do ambiente externo ao homem. No Período de Júpiter, essas mesmas imagens serão expressas de dentro, como uma faculdade da vida interna. O homem possuirá também a faculdade, cultivada no Período Terrestre, de ver as coisas no espaço fora de si mesmo. Lembremos que no Período Lunar o homem não via as coisas concretas, mas, as suas qualidades anímicas. No Período de Júpiter verá ambas, terá uma compreensão perfeita de tudo quanto o rodeia. Em um estado posterior, no mesmo Período, dita capacidade perceptiva atingirá uma fase superior. O poder de formar claras concepções mentais acerca de cores, de tonalidades, de objetos, permitir-lhe-á pôr-se em contato com seres supra-sensíveis de diversas ordens e, empregando sua força de vontade, assegurar sua obediência. Poderá emitir as forças necessárias à execução dos seus desígnios mas, sem dúvida, dependerá do auxílio desses seres suprafísicos a seu serviço.
Ao finalizar o Período de Vênus, poderá empregar a própria força para dar vida a suas imaginações e para exteriorizá-las no espaço, como objetos. Possuirá, então, uma consciência objetiva, consciente e criadora.
Muito pouco se pode dizer sobre a elevada consciência espiritual que se alcançará ao finalizar o Período de Vulcano. Estaria muito além da nossa atual compreensão.
DIAGRAMA - Como é em cima é em baixo
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