Espírito Santo
Blake, William The Ancient of Days (1794) Relief etching with watercolor British Museum, London
Caros Amigos,
Tomo as palavras de António de Macedo
«independentemente de Jahvé e da sua segunda manifestação de "Lei interna", há um "Santo Espírito", ou Espirito Divinal, nem jeovístico nem pós-jeovístico, que impregna misticamente, desde o Período de Saturno, todo e qualquer ser humano - quer como Espirito de Profecia no tempo dos profetas do Antigo Testamento, quer como REAL substância de que o nosso Tríplice Espírito é "feito", e que se manifesta de diversos modos, e limito-me a citar três exemplos do Novo Testamento para meditação...»
Sabendo nós que as Três Pessoas da Santíssima Trindade são Unas e Indivisíveis, isto é, eternas, numa perspectiva fora de qualquer conceito de tempo, por outro lado, o Espírito Santo é o Aspecto que, num conceito de tempo e matéria se expressa mais perto, isto é, desceu mais baixo nos planos densos.
Repare-se que o Cristo é uma espécie de “anomalia” na evolução da humanidade. Tornou-se necessário este Salvador, como poderia ser um outro de menores ou maiores proporções; as condições negativas criadas pela humanidade assim o exigiram. Refiro-me ao Cristo histórico, num sentido único, e o Cristo espiritual que vem anualmente, embora sejam o mesmo ser. Quanto ao Cristo-interno individual, que pode nascer e actua em qualquer momento desde que nasça no aspirante, já não será bem o mesma coisa, mas isto é como que uma consequência de haver um Cristo Salvador que nos vai ajudando, indirectamente, a refinar os nossos veículos.
O Espírito Santo enquanto manifestação é diferente, pois ele trabalha directamente com a matéria, e sempre, desde que houve matéria, basta ver que o Génesis quando fala no Espírito que paira sobre as águas, é seguramente uma manifestação do Espírito Santo. Este é como que o Alquimista de todas as transformações; é o Aspecto do Único que, por muito tempo, desceu mais baixo. Isto também explica o plural sentido de Consolador, ou seja, quando Cristo anualmente ascende aos planos superiores é como se o Espírito Santo ficasse a substituir o Cristo, mas não exactamente do mesmo modo. E porquê? É-nos dito que na Primavera e no Verão (hemisfério norte) as forças físicas estão mais activas. Então, como não podemos fugir a essa realidade, o Espírito Santo, o 3º Aspecto da Divindade, trabalha com e em nós, no plano da forma, da matéria, ao mesmo tempo que vitalizando os nossos corpos e a própria natureza, sendo que obviamente aqui entra a força sexual; assim temos Touro (na Primavera) que se opõe a Escorpião ( no Inverno). O ciclo do Espírito Santo e o Ciclo anual do regresso do Cristo obedecem à lei das alternâncias, embora em qualquer momento estejam sempre actuantes.
Creio eu, no meu modestíssimo entender, que uma manifestação mais actuante e consciente desse “Santo Espírito” ou “Espírito Divinal” nem jeovístico, nem pós-jeovístico, como diz o Macedo, portanto a expressão mais elevada, mais eterna e omnipresente, será mais sentida num aspirante mais adiantado do que num outro; e, obviamente, a expressão cíclica do Espírito Santo, o Consolador, talvez se faça sentir dum modo mais consciente nos menos adiantados. E aqui, creio eu, coloca-se aquele facto histórico de no século XIV o casal régio Dinis e Isabel terem instituído as tais Festas do Espírito Santo, a partir da vila de Alenquer. Também, como é sabido, a teoria das Três Idades de Joaquim de Fiore veio à luz por essa altura. Significa, para mim, que o Povo teria que começar por compreender uma ideia desdobrada em duas, com predominância para a primeira: o ciclo anual do Espírito Santo (exotérico) que vai da Páscoa até ao Verão (O Consolador) e um outro ciclo maior, o da Idade do Espírito Santo (histórico) que, segundo do abade calabrês, começaria nessa altura, data do nascimento do próprio rei D. Dinis! É claro que no meio disto tudo há o Espírito Santo, sempre-existente, (esotérico)manifestação da Terceira Pessoa.
Por outro lado, há um outro ponto de vista que poderíamos considerar: O Espírito Santo actua mais intensa e conscientemente na medida em que formamos o Cristo-Interno. Não porque o Espírito Santo proceda do Segundo Aspecto, pois coexiste, mas porque pela actuação de um (o Segundo Aspecto) o Terceiro se torna mais manifesto doutros modos, porque também descido ao plano mais baixo. Neste sentido, podemos considerar as grandes mudanças mundiais, quer a nível geológico, a nível científico, quer a nível das transformações industriais que são uma expressão do Espírito Santo, embora a um nível que deixa muito a desejar em tantos campos, quer ainda ao nível da criatividade em geral. Hoje que tanto se fala obsessivamente em educação sexual nas escolas, repare-se que o problema é encarado quase sempre pelo lado apenas físico e não pela noção sagrada de corpo. Bom, é uma fase primeira. Quase que poderíamos dizer que o homem ocidental para penetrar fundo nos mistérios do seu corpo, teve que perder a sua condição sagrada. Atrás de tempos, tempos vêm!
Sob o ponto de vista numerológico, o facto de haver um Terceiro Aspecto, é muito importante, pois da importância do número 3 já sabemos alguma coisa. Veja-se que em Música, para haver um Acorde caracterizado, é necessário termos 3 sons. Enfim , o 3 é símbolo do equilíbrio perfeito.
Portanto, parece-me que uma crescente influência dos vários atributos do Espírito Santo como Pessoa Actuante (3º Aspecto) se faz sentir cada vez mais na humanidade. Pergunto se nos tempos do Antigo Testamento a ideia de Espírito Santo seria tão clara como a pode ter hoje um aspirante devoto.
Este conhecimento e graça crescente do Divino Espírito Santo representa para nós o que há de possível na compreensão de Deus Imanente, já que de Deus Transcendente saberemos sempre pouco ou nada.
Sob o ponto de vista astrológico, depois de meditar no assunto, cheguei a esta conclusão ( que espero não seja a definitiva!): Não invalidando o que disse sobre Júpiter e Neptuno, a expressão do Espírito Santo pode-se dizer que se faz através de todos os planetas.
Recordemos o que disse numa mensagem atrás: «o sentido da abundância está relacionado sobretudo com Júpiter, e, no tal sentido negativo, com o que se chama na gíria astrológica, com um Júpiter irredimido. O facto do culto popular ao Espírito Santo se realizar na época em que a Natureza se abre a dar os seus frutos, cereais e outros produtos, mostra, do lado de fora, o sentido desta abundância. De outro modo, uma relação de Júpiter/Neptuno, mostra o lado mais interno do assunto em questão. Neptuno, ligado à 12ª casa, ao sentido de compaixão, à criatividade, à protecção, cruzado com o expansivo e dinâmico Júpiter, expressa bem os atributos do Paráclito no ser humano: assistência aos desvalidos (veja-se em Portugal o conjunto de Hospitais e Misericórdias com o nome de Espírito Santo), o sentido de protecção e consolação, característica tipicamente neptuniana)».
A pergunta 72 (vol. II) de Perguntas e Respostas de M. Heindel, diz-nos claramente que há pelo menos duas fases distintas: quando o Espírito Santo actua “de fora” obrigando-nos forçosamente à lei, e quando começa actuar “de dentro”, isto é, fazendo nós as coisas por amor. Ora esta fase tão crucial, é nem mais nem menos do que a grande questão astrológica do cumprimento de Saturno. Este planeta é de facto o fim de uma grande etapa e o começo de outra não menos grandiosa. A passagem para uma resposta mais construtiva, acelerada e mais consciente aos planetas trans-saturninos, Urano, Neptuno e Plutão (os tais que na feliz expressão de D. Rudhyar fazem como que o homem seja mais do que homem), é o início do novo caminho, quando o Espírito Santo começa a actuar “de dentro”. Repare-se que este conceito é astrologicamente plasmado na tão importante corrente da psicologia do século XX a Transpersonal Psichology.
Muitos astrólogos do século XX, sobretudo na última metade, insistiram na ideia de que Plutão, regente de Escorpião, está intimamente ligado com o mistério profundo do Espírito Santo. Portanto, vemos que as expressões do Espírito Santo se reflectem por todos os planetas, de Mercúrio (a ideia do poder do Espírito Santo conferir um conhecimento superior, como é o falar todas as línguas) Vénus (regente de Touro, oposto a Escorpião) passando por Júpiter, Saturno, indo até Plutão, cada vez em níveis mais profundos de entendimento.
Fraternalmente,
Eduardo Aroso
CONNECTIONS : Essays and Poetry by Elsa M. Glover
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