PÉTALA IV

 

UM MAR DE ROSAS E DE ESPINHOS

 

Oh mar!

 quantas lágrimas encerras?

quantas alegrias conténs?

Se tu falasses, muito tinhas a dizer.

D.D.C.

 

De vez em quando sentimos a necessidade de contemplar o vasto Oceano, no caso, o Atlântico.

Uma vez aí chegado, e pouco depois da nossa mente estar mais serena…eis que ele nos atrai e nos leva até aos irmãos e irmãs do outro lado.

Tudo tem a sua razão.

Quando tínhamos 10 anitos, eis que um segundo tio, de nome José Francisco de Carvalho e Mello visitou a casa de nossos pais, numa aldeia na encosta de uma montanha donde se avista o cume da serra da Lousã, com um nome originário do Hebreu: Alagoa, freguesia de Vila Facaia, concelho de Pedrógão Grande.

Era Verão.

Poucos dias pernoitou naquela localidade onde tinha nascido no século XIX, mas foi o suficiente para nos marcar. Uma delas foi o desejo de me levar consigo rumo ao Brasil, onde ele tinha subido na escala social e económica, de tal modo que era amigo pessoal de Getúlio Vargas.

Nossos pais não deram autorização, jamais permitiriam.

Bem, isso ficou, aliado a toda uma correspondência que meu pai mantinha com o seu irmão Manuel, há mais de 40 anos vivendo no Brasil, então em S. Paulo, mais tarde, em Santos. Com este tivemos os melhores intercâmbios culturais e de amizade. Por vários motivos, incluindo pelo seu nível espiritual e cultural. Além de saber algo sobre a Escola Rosacruz, tinha conhecimentos de várias áreas, incluindo sobre a cultura chinesa!

Por isso, quando me acercava das águas atlânticas, voava até eles, como aos outros irmãos e irmãs que habitavam nas Américas.

Voava ainda até a um passado muito remoto, há mais de um milhão de anos, ao Continente da Atlântida que, segundo investigações na Memória da Natureza, realizadas por Max Heindel se situava onde, agora, estão estas águas profundas.

Como todos habitámos nessa Época, a Atlante, no Mundo Físico e por várias vezes, eis que a viagem se tornava mais longa e cheia de mutações, de angústias, como de esperanças e de alegrias.

Pertencemos ao todo humanidade que conseguiu evoluir de modo a poder viver numa Terra com um ambiente muito mais seco que exigia um aparelho respiratório, com pulmões, e não por uma espécie de guelras que então usávamos nesse continente envolto por densa neblina que não deixava passar os raios solares.

Que escuridão, meu Deus!

Mais recentemente quantas viagens foram realizadas entre a velha Europa, com a África e dos outros continentes rumo às Américas?

Já antes das viagens de Pedro Álvares Cabral, como de Colombo e de outros, não terão havido seres humanos que em numerosos perigos se afoitaram a ir por barcos rudimentares até essas paragens?

Bem, é com os portugueses e os espanhóis que novos mundos são descobertos nessas paragens de novas terras.

Franciscanos, os cientistas ligados à escola na Andaluzia e os membros da Ordem de Cristo com sede na cidade dos Templários tinham entre si muito de comum, aspiravam a construir a Fraternidade Universal.

Quanto aos relatos sobre lutas entre os dois povos, seria entre interesses mais ou menos pelo poder, egoísmos, não era o caso dos membros de ambas as ordens na medida em que elas seguiram os puros ideais de Cristo, em sintonia com o movimento rosacruciano, como está bem focado em nosso trabalho A ROSACRUZ E PORTUGAL.

Com a inquisição tudo mudou.

Pensemos um pouco nessas viagens dos séculos XV e XVI rumo às Américas, desde as viagens de Pêro de Barcelos e de João Fernandes Lavrador até à América do Norte, até ao ano 1500, chegada ao Brasil da armada de Pedro Álvares Cabral, como as de Colombo às Antilhas etc.

Quantas mortes, por doenças e não só? Quantas lágrimas salgaram ainda mais estas águas? Quantas esperanças foram por água abaixo? Mas quantas não foram coroadas de êxito?!

O que sabemos dos contactos com os indígenas no Brasil como com os outros nos países que agora falam a língua de Cervantes?

Muito pouco.

Mais tarde, viagens após viagens.

Nas primeiras, foram também judeus, por vários motivos, entre eles, o de fugirem à negra inquisição. Quantos projectos não levariam? Quantos conseguiram concretizar?

Lentamente, estávamos nesses séculos, como ainda nos seguintes, XVII, XVIII, quantas viagens, em barcos movidos pela energia eólica? Quantos negros, quantos escravos não foram também até essas novas terras?

Lembremos que, em 1486, foi fundada em Lisboa a Casa dos Escravos, que reflecte a concepção desses tempos.

Não eram só oriundos de África, também da Índia, como judeus etc!

Contudo, ainda hoje temos escravidão, até quando pobre humanidade!?

Lembremos com gratidão o trabalho notável do Padre António Vieira no século XVII na defesa dos irmãos indígenas, ou não fosse e bem denominado o apóstolo dos índios.

Se o mundo tivesse mais Antónios Vieiras como estaria melhor!!!

É certo que, em Portugal, o Marques de Pombal aboliu a escravidão de nascimento em 16 de Janeiro de 1773.

No Brasil em 1850 foi abolido o tráfico de africanos; até que em 1888 findou a escravatura.

Mas outras formas mais ou menos escravas continuaram por toda a parte.

Os diversos países americanos, especialmente Brasil, América do Norte, Argentina e os restantes recebem cada vez mais emigrantes vindos de vários países europeus, como de outros continentes.

Tudo isso gerou enormes problemas de comunicação, de interligação, os quais acabaram por ser benéficos na medida em que se iam construindo novos países em que os cruzamentos raciais e culturais originaram culturas mais ricas e mais libertadoras.

Quantas cenas de amor e de desamor; quantos quadros de fidelidade e de infidelidade; quantas cenas de trabalho mais ou menos escravizado e outras de libertação; quantas lutas pela posse das terras, pelo ouro e outros minerais como os diamantes; quantas casas de comércio; quantos fazendeiros e trabalhadores explorados; quantas leis e mais leis e às vezes tudo na mesma… e na indústria, na educação, na cultura, no urbanismo, etc, etc.

Se meditarmos em todo este quadro, vastíssimo, quantas vezes este Oceano terá sido um mar de espinhos, como em parte um mar de rosas…?

Quantos conseguiram concretizar os seus sonhos? Quantas novas descobertas têm sido feitas por estes povos?

Paremos um pouco…

Vamos até à América do Norte, às guerras pela independência e à devastadora guerra Norte-Sul. Quantos quadros nos podem surgir em todos estes palcos de batalhas?

Por fim, o rosacruciano Abraão Lincoln, depois de lutar e terminar com a escravatura, acaba por ser assassinado por um monstro. Seguindo Cristo, deu a sua vida por nobres ideais.

Lembremos as viagens nos barcos a vapor. As condições em que viajavam; mais recentemente os paquetes com muito melhores condições.

Como a evolução é constante e cada vez será mais acelerada, as rotas marítimas passaram a ter um fortíssimo concorrente, as viagens aéreas.

Miríades de seres humanos têm cruzado este Oceano por mar ou pelo ar, levando consigo a sua cultura, os seus problemas, as suas aspirações, eis todo um quadro sem fim, que continua e continuará.

E quantas viagens de lazer? Quantos contactos por este meio? Quantos cenários?

Noutro campo, das viagens para obter o pão de cada dia, como no caso dos bacalhoeiros, os pescadores que remavam até essas paragens, quantas histórias haverá?

Em Portugal, suas esposas, seus filhos ou seus pais, iam contando dia a dia até à sua tão ansiosa chegada. Alguns por lá ficaram.

Somos dos que acreditamos que vai caber ao Brasil, com o seu idioma português mais melódico, contribuir com outros povos da lusofonia para a construção do V Império, numa base de cultura universalista, de fraternidade e de mais justiça e paz.

Por fim, caberá aos Estados Unidos da América a missão elevada de num cadinho alquímico de muitos intercâmbios ajudar a Humanidade a construir a Fraternidade Universal.

Neste pequeníssimo quadro aqui apresentado, cada qual pode acrescentar algo; muitos com as suas experiências e estas são as mais valiosas, ele pode ser aumentado a uma dimensão incomensurável.

Voltando à terra que pisávamos, vamos ao dia a dia, procurando com que as rosas floresçam em nossa cruz de modo a que o mar e a vida seja mais de rosas do que de espinhos.

 

EXCERTOS DO LIVRO MEDITAÇÕES DE UM NEÓFITO

CAPA E PREFÁCIO DE PÉTALAS

PÉTALA V

ABSORTO NA NATUREZA

PÉTALA  I

JESUS, JESUS-CRISTO E CRISTO

PÉTALA X

AS CAIXAS E OS MARCOS DO CORREIO

PÉTALA III

OS ANIMAIS TAMBÉM CHORAM

PÉTALA XI

A IDADE DO AQUÁRIO

PÉTALA  IV

UM MAR DE ROSAS E DE ESPINHOS

PÉTALA XII

COSMOCRACIA

 


 
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